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Procurador aponta suspeita de improbidade de Bolsonaro na Câmara

Representação indica possibilidade de que o então deputado federal tenha empregado ex-assessora Nathália Queiroz como funcionária fantasma

Bolsonaro: Agora PGR vai decidir se abre investigação sobre o presidente (Valter Campanato/Agência Brasil)

Bolsonaro: Agora PGR vai decidir se abre investigação sobre o presidente (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 20h55.

O procurador Carlos Henrique Martins de Lima, do Distrito Federal, enviou uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro à Procuradoria-Geral da República em que aponta suspeitas de improbidade administrativa e peculato. A representação indica a possibilidade de que o gabinete de Bolsonaro na Câmara tenha empregado a ex-assessora Nathália Melo de Queiroz como funcionária fantasma.

Nathália estava lotada no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados enquanto trabalhava, segundo o documento, como personal trainer no Rio de Janeiro em horário comercial. A funcionária em questão é filha do motorista Fabrício Queiroz, que foi assessor do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando o filho do presidente era deputado estadual. O motorista, por sua vez, é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por movimentações financeiras atípicas, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O gabinete de Bolsonaro atestou a frequência de Nathália em Brasília.

Após o envio da representação, cabe agora à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, avaliar se abre ou não uma investigação envolvendo o presidente com base na representação de Lima. O procurador ressalta, no documento, que a Constituição impede que o presidente da República seja responsabilizado por fatos anteriores à posse, mas argumenta que é possível abrir investigação sobre o caso.

"Nada impede que o Presidente da República seja investigado e responsabilizado na esfera cível e, na esfera penal, veja a investigação por tais atos ter regular andamento, entendimento partilhado pela atual Procuradora-Geral da República", escreve o procurador na representação.

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