Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 08h42.
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de determinar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou forte repercussão nas redes sociais, com mais de 1 milhão de menções, segundo levantamento do instituto de pesquisa Quaest.
Os dados, divulgados nesta terça-feira, 5, indicam que 53% das publicações foram favoráveis à prisão, enquanto 47% se mostraram contrárias.
Na primeira hora após a prisão, ocorrida às 18h, foram registradas mais de 200 mil menções. O pico aconteceu por volta das 19h, com mais de 300 mil menções.
No total, foram 51 mil menções por hora, 400 mil autores únicos de publicações e uma média de alcance por hora de 8,6 milhões de visualizações, incluindo usuários fora do Brasil.
Segundo a Quaest, a análise de sentimento nas redes revela um equilíbrio e uma polarização sobre o tema.
TOTAL DE MENÇÕES SOBRE A PRISÃO DOMICILIAR DE BOLSONARO
Volume de Menções (04/08 - 21h) | 1.16M |
---|---|
Média de Menções por Hora (04/08 - 21h) | 51k |
Autores Únicos (04/08 - 21h) | 401k |
Média de Alcance por Hora (04/08 - 21h) | 8.6M |
O levantamento detalha que a reação de internautas alinhados à esquerda foi mais descentralizada, sem uma liderança ou narrativa digital clara.
Os perfis levantaram tags genéricas, como “Grande dia” e “Bolsonaro preso”, em comemoração ao anúncio, e as publicações rapidamente chegaram ao Trending Topics do X.
Entre os aliados e apoiadores de Bolsonaro, a mobilização buscou reforçar a narrativa de perseguição e abuso, além de apontarem que Moraes estaria tentando desviar a atenção das recentes notícias sobre uma suposta investigação “Vaza Toga”, que afeta diretamente o ministro.
A pesquisa também comparou as menções por hora de outros eventos, como a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes e a operação da PF contra Bolsonaro, ocorrida em 18 de julho.
A prisão domiciliar de Bolsonaro é o segundo assunto com maior repercussão desde novembro de 2024.
Assunto | Data | Menções/Hora (média) |
---|---|---|
Operação PF contra Bolsonaro | 18/07/25 até às 17h | 72k |
Prisão Domiciliar de Bolsonaro | 04/08 até às 21h | 51k |
Aplicação da Lei Magnitsky | 28/07/25 a 01/08/25 até às 18h | 31k |
Disputa Governo-Congresso | 24/06/25 a 08/07/25 | 17k |
Inquérito do golpe | 17/11/24 a 27/11/24 | 10k |
O magistrado afirmou que o ex-presidente utilizou as redes sociais de aliados, incluindo seus três filhos parlamentares, para divulgar mensagens com "claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro".
Para Moraes, mesmo sem utilizar diretamente seus perfis, o ex-presidente contornou de maneira intencional a restrição que lhe havia sido imposta para a "manutenção da prática de atividades criminosas, com a instrumentalização de entrevistas ou discursos públicos como “material pré-fabricado” para posteriores postagens nas redes sociais de terceiros previamente coordenados".
No último domingo, apoiadores do ex-presidente realizaram manifestações em algumas capitais brasileiras. Bolsonaro participou por vídeo do evento do Rio de Janeiro e teve vídeo publicado nas redes sociais de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, assistindo os manifestantes.
Moraes cita que a participação "dissimulada" de Bolsonaro nas manifestações ocorreu em alguns momentos, como quando o deputado federal Nikolas Ferreira exibiu a foto de Bolsonaro e disse que o "STF não manda no Brasil".