Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, ao deixar hospital em Brasília, em 14 de setembro ( Ton Molina/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 23 de novembro de 2025 às 13h02.
Última atualização em 23 de novembro de 2025 às 13h16.
O ex-presidente Jair Bolsonaro seguirá preso de forma preventiva, segundo decisão tomada na audiência de custódia realizada no começo da tarde deste domingo, 23, em Brasília, de acordo com a ata da reunião.
Bolsonaro teve audiência de custódia feita de modo virtual, e a condução foi feita por uma juíza auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A reunião estava marcada para o meio-dia deste domingo, 23, e durou menos de uma hora.
A audiência de custódia é um procedimento em que a pessoa detida — seja em flagrante ou por mandado de prisão — é levada ao juiz, normalmente em até 24 horas depois de ser capturada.
A partir daí, o magistrado avalia tanto a forma como a prisão ocorreu quanto a necessidade de o preso continuar atrás das grades, sem julgar o mérito da acusação.
Os ministros da Primeira Turma do STF farão um julgamento nesta segunda-feira, 24, a partir das 8h, para decidir se a prisão temporária será mantida.
Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF), neste sábado, após determinação de Moraes.
Na decisão, o ministro do STF citou eventual risco de fuga diante da tentativa de Bolsonaro de violar a tornozeleira eletrônica e da vigília convocada pelo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nas proximidades da casa onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.
Na sexta-feira (21), véspera da prisão do ex-presidente, ele usou uma solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica, o que gerou alerta para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap), responsável pelo monitoramento do equipamento.
Moraes deu prazo de 24 horas para que a defesa se manifeste sobre a tentativa de violação.
A defesa do ex-presidente havia solicitado, também na sexta-feira, prisão domiciliar humanitária ao STF. O pedido foi negado.
Condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro e os demais réus podem ter as penas executadas nas próximas semanas.
Na semana passada, a Primeira Turma da Corte rejeitou os chamados embargos de declaração do ex-presidente e de mais seis acusados para reverter as condenações e evitar a execução das penas em regime fechado.
Neste domingo (23), termina o prazo para a apresentação dos últimos recursos pelas defesas. Se os recursos forem rejeitados, as prisões serão executadas.
Com Agência Brasil