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Previsão do ONS para represas do Sul melhora

Ainda assim, as estimativas não dão alívio às preocupações quanto ao abastecimento de energia neste ano


	Solo ressecado é visto em represa: reservatórios deverão chegar a 42,8% de nível de armazenamento de água no fim do mês, contra estimativa anterior de que chegariam a 39,9%
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Solo ressecado é visto em represa: reservatórios deverão chegar a 42,8% de nível de armazenamento de água no fim do mês, contra estimativa anterior de que chegariam a 39,9% (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 17h39.

São Paulo - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) melhorou as previsões de chuvas que devem atingir reservatórios de hidrelétricas do Sul do Brasil em abril, mas as estimativas ainda não dão alívio às preocupações quanto ao abastecimento de energia neste ano e o governo federal também está atento.

A presidente Dilma Rousseff se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e com outros técnicos do setor elétrico na quinta-feira para atualizações sobre a situação dos reservatórios do país.

Segundo uma fonte do governo, as previsões são de que o período seco que começa em maio também deve ser um dos mais secos já registrados nos últimos anos.

Diante disso, o governo tomará medidas para preservar principalmente as represas do Sudeste, e turbinas de algumas hidrelétricas poderão ser desligadas, segundo a fonte, que acrescentou que planos de racionamento ou de incentivo à economia de energia não foram discutidos.

Nas previsões atualizadas do ONS divulgadas nesta sexta-feira, as chuvas que atingem hidrelétricas no Sul do país em abril devem ser equivalentes a 126 por cento da média histórica, ante 98 por cento da média histórica previstos na semana passada.

Os reservatórios dessa região deverão chegar a 42,8 por cento de nível de armazenamento de água no fim do mês, contra estimativa anterior de que chegariam a 39,9 por cento, segundo Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação (PMO).

Para o Sudeste/Centro-Oeste, onde estão os principais reservatórios para abastecimento do país e o maior centro de demanda, as estimativas permaneceram praticamente estáveis em relação às da semana passada.


As chuvas em abril, último mês do período úmido, devem ser equivalentes a 71 por cento da média histórica. Com isso, os reservatórios dessa região chegariam em 36,8 por cento de armazenamento no encerramento do mês, ante previsão anterior de 36,5 por cento.

As projeções para o Nordeste foram reduzidas e os reservatórios dessa região devem chegar a 43,1 por cento de armazenamento ao fim de abril. No Norte, onde chove bastante, o nível deve chegar a 90,6 por cento.

Na próxima semana, deverá ocorrer chuva fraca nas bacias dos rios Paranapanema, Tietê, Grande, Paraíba do Sul e Paranaíba e em pontos isolados do Iguaçu e do São Francisco, segundo o ONS.

O ONS indicou maior quantidade de geração térmica para operação na próxima semana, que deve passar a cerca de 17,6 gigawatts médios, ante cerca de 16 GW médios na semana passada.

SITUAÇÃO GERAL MELHORA POUCO A revisão das estimativas do ONS nesta sexta-feira indica que o total de chuvas para os reservatórios do país em abril melhorou de 74 por cento da média histórica para 76 por cento.

Na quinta-feira, a consultoria PSR, uma das mais respeitadas do setor elétrico, informou em teleconferência promovida pela corretora Brasil Plural que via um racionamento de energia de 8 por cento a partir de maio como o cenário mais recomendável caso a previsão do ONS anterior, de que as chuvas em abril fossem de 74 por cento da média histórica, se cumprisse.


Analistas da Brasil Plural liderados por Fernando Navarrete escreveram, posteriormente, em relatório, que a visão apresentada pela PSR é "um sinal de alerta vermelho", já que não esperavam melhora na fraca hidrologia que já ocorre em abril.

PREÇO DE ENERGIA O preço de energia de curto prazo dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) caiu no Norte e no Nordeste para a próxima semana, mas manteve-se no patamar máximo de 822,83 reais por megawatt-hora (MWh) para o Sul e Sudeste/Centro-Oeste, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No Nordeste e Norte, o PLD passou a 771,31 reais por MWh, na carga pesada, e a 750,1 reais por MWh, na carga média. No patamar de carga leve, o PLD ficou em 750,1 reais por MWh no Nordeste e a 619,64 reais por MWh no Norte.

A carga pesada é referente a períodos do dia em que a demanda por energia é mais forte e a leve a momentos de menor demanda.

O presidente da comercializadora Trade Energy, Walfrido Ávila, considera que a previsão atualizada do ONS sobre chuvas em abril é possível de ser alcançada mas, mesmo que isso ocorra, não deverá provocar alívio nos custos de energia de curto prazo.

"É perfeitamente possível, mas essa melhora ainda deve deixar o PLD no nível máximo para o Sul e Sudeste até o fim de abril", disse ele.

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