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Previdência dos militares: as 48h finais de negociação

Proposta entregue pelo Ministério da Defesa ao da Economia deve ser apresentada ao Congresso na quarta-feira

Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro: almoço no último sábado (16) tratou da tramitação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro: almoço no último sábado (16) tratou da tramitação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2019 às 06h14.

Última atualização em 18 de março de 2019 às 06h29.

Enquanto as atenções estão voltadas para a viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, os articuladores do governo se dedicam a acertar os detalhes da Previdência dos militares. Uma proposta foi entregue pelo Ministério da Defesa ao da Economia na semana passada e, agora, a equipe do governo tem até a quarta-feira, 20, para apresentar a versão final ao Congresso.

Em fevereiro, o governo apresentou ao Congresso uma proposta de reforma com mudanças nas regras do setor privado e público, mas as regras para os militares ficaram de ser apresentadas em um texto separado.

A proposta do Ministério da Defesa, revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, propõe aumento do tempo de contribuição dos militares de 30 para 35 anos e contribuição saindo gradualmente de 7,5% para 10,5%. Em contrapartida, a proposta inclui aumento de benefícios da categoria e criação de novos postos de hierarquia, com custo extra em torno de 10 bilhões de reais nos primeiros dez anos.

No sábado, a equipe econômica do governo se reuniu com militares para discutir ajustes à proposta. A Defesa argumenta que os custos extras, a longo prazo, serão pagos pela economia com as regras mais duras da Previdência.

O presidente Jair Bolsonaro, que está em viagem aos Estados Unidos, disse em seu perfil no Facebook que ainda não lhe foi apresentada a proposta enviada pela Defesa. No domingo, 17, o presidente escreveu ainda que “possíveis benefícios, ou sacrifícios, serão divididos entre todos, sem distinção de postos ou graduações”.

Também nesta segunda-feira, integrantes da chamada “bancada da bala” estarão em Recife para discutir a reforma no Encontro de Militares Estaduais do Nordeste, que são contra a reforma. Em reunião na sexta-feira, 15, a bancada decidiu por se posicionar contra a aplicação da reforma para policiais, por usarem muita força física na função.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (MDB), também participa pela manhã de seminário sobre a reforma da Previdência na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio. Após um almoço que promoveu em sua casa com a presença de ministros e de Bolsonaro neste sábado, 16, Maia afirmou que a base do governo, necessária para aprovar a reforma, será consolidada em “duas ou três semanas”.

Apesar das negociações em curso, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o prazo do dia 20 será cumprido para apresentação da reforma dos militares. Até lá, os próximos dias serão de trabalho da equipe econômica do governo para mostrar que os militares também contribuirão com sua parcela de “sacrifícios”.

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