Favelas: Censo 2022 faz recorte da população nas comunidades (Snehit Photo/Shutterstock)
Agência de notícias
Publicado em 8 de novembro de 2024 às 11h49.
A maioria da população residente em favelas e comunidades urbanas no Brasil é negra, segundo o Censo 2022. O perfil divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira indica que 56,8% dos moradores dessas localidades são pardos e 16,1%, pretos. Os que se autodeclaram brancos somam 43,5%, enquanto indígenas representam apenas 0,8% da população.
O levantamento aponta que, nos últimos 12 anos, a quantidade de residentes de cor ou raça branca reduziu, enquanto a de negros cresceu. Nacionalmente, o número de moradores de favelas aumentou 43,4% nesse período, totalizando 16.390.815 pessoas, o que representa um aumento de 5 milhões em relação a 2010.
Entre 2010 e 2022, a população branca nas favelas caiu de 30,6% para 26,6%. Já o percentual de negros aumentou: os autodeclarados pretos passaram de 12,9% para 16,1%, enquanto os pardos subiram de 55,5% para 56,8%.
Pretos e pardos juntos são maioria em todas as regiões do país, com exceção do Sul, onde brancos representam 55,9% dos moradores de territórios populares, enquanto negros somam 43,8%.
No recorte indígena, apenas 0,8% dos moradores de favelas no Brasil pertencem a essa população. No entanto, a região Norte destaca-se com 12,6% dessa parcela residindo em comunidades. No Amazonas, essa proporção chega a 17,9%, seguido pelo Rio de Janeiro, com 12,7% de indígenas.
Entre os quase 16,4 milhões de moradores de favelas, 51,7% são mulheres e 48,3% são homens. As mulheres são maioria em todas as faixas etárias, especialmente entre pessoas com 75 anos ou mais (61,9%). Já os homens têm predominância apenas na faixa etária de 0 a 14 anos (50,9%), embora com uma diferença pequena.
A população das favelas é mais jovem que a média nacional. A idade mediana — que divide a população em dois grupos de igual número, um de jovens e outro de idosos — é de 35 anos para o Brasil em geral, enquanto nas favelas cai para 30 anos.
O índice de envelhecimento nas favelas é de 45 idosos (pessoas com 60 anos ou mais) para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, menor que o índice nacional, onde há 80 idosos para cada 100 crianças.
O IBGE classifica como favelas e comunidades urbanas os territórios populares que se formam a partir de estratégias autônomas e coletivas para atender a necessidades de moradia, comércio, serviços, lazer e cultura. Essas comunidades surgem diante da insuficiência de políticas públicas e falta de investimentos privados direcionados à garantia do direito à cidade para todos.