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Não é justo usar o garoto para me atingir, diz Bolsonaro sobre Flávio

Em entrevista para a TV Record, o presidente afirmou que as acusações contra seu filho mais velho são "infundadas"

Bolsonaro disse que a pressão que Flávio está sofrendo tem o objetivo de atingir seu governo (Simon Dawson/Bloomberg)

Bolsonaro disse que a pressão que Flávio está sofrendo tem o objetivo de atingir seu governo (Simon Dawson/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 08h45.

Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 09h12.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista à RecordTV nesta quarta-feira (23), que a pressão que seu filho mais velho, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), está sofrendo em função de movimentações suspeitas em sua conta tem o objetivo de atingir seu governo.

"Eu acredito nele, a pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir", disse em entrevista concedida em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Mais cedo, em entrevista à Bloomberg TV, o presidente disse que, se ficar provado que Flávio cometeu algum ilícito, ele terá de pagar o preço.

À RecordTV, o presidente afirmou que as acusações contra Flávio são "infundadas" e que houve quebra do sigilo bancário do senador eleito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), o que Bolsonaro classificou como "arbitrariedade".

A solicitação de informações do Coaf, de acordo com norma do Conselho Nacional do Ministério Público, não configura quebra de sigilo.

"Nós não estamos acima da lei, como qualquer outro estamos embaixo da lei. Agora que cumpra a lei, não faça de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir o garoto para tentar me atingir", repetiu.

E saudou Flávio: "Para o meu filho aquele abraço, fé em Deus, que tudo será esclarecido com toda certeza".

Venezuela

Na entrevista, o presidente afirmou ainda que o governo brasileiro acompanha com "muita atenção" os desdobramentos da crise na Venezuela. Ele admitiu que teme um processo de transição não pacífico entre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o interino, Juan Guaidó.

Segundo ele, o Brasil "está no limite" do que pode fazer em relação ao país vizinho.

"A história tem mostrado que as ditaduras não passam o poder para as respectivas oposição de forma pacífica. Nós tememos as ações do governo ou melhor da ditadura do governo Maduro", afirmou.

Para o presidente, o mesmo temor é compartilhado por outros países. "Obviamente há países fortes dispostos a outras conseqüências", ressaltou. "O Brasil acompanha com muita atenção e nós estamos no limite do que podemos fazer para restabelecer a democracia naquele país", acrescentou.

Bolsonaro disse que a preocupação do Brasil é com a população venezuelana. "Desde há muito nós falamos que o bem maior de um homem e uma mulher é a sua liberdade e que [para o] povo venezuelano, nós queremos restabelecer sua liberdade."

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