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Presos de Mato Grosso combinam greve de fome por WhatsApp

Entre as reclamações dos detentos, estão a falta de medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose

WhatsApp: o movimento foi denominado "Salve Geral" (Justin Sullivan/Getty Images)

WhatsApp: o movimento foi denominado "Salve Geral" (Justin Sullivan/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 19h13.

Cuiabá - Presos de 11 das 55 unidades prisionais do Mato Grosso decidiram entrar em greve de fome desde esta segunda-feira, 6.

O movimento, denominado "Salve Geral", foi repassado aos detentos por WhatsApp e terá durabilidade indeterminada, até que sejam atendidas as reivindicações.

Entre as reclamações dos detentos, estão a falta de medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.

Em abril deste ano, um detento morreu cinco meses depois de ter sido diagnosticado com a doença e, atualmente, 60 presos estão em tratamento.

Outra reclamação é referente à superlotação dos presídios, que, segundo eles, têm celas para oito pessoas com 40. A população carcerária de Mato Grosso é de 11.219, sendo 10.649 homens e 570 mulheres.

Os presos criticam ainda a falta de oportunidades e estudo dentro das unidades prisionais, citam transferências irregulares de reeducandos, feitas de forma clandestina, e o isolamento de presos sem "motivo plausível".

O movimento grevista foi confirmado pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, responsável pela administração do sistema prisional, e pelo Sindicato de Agentes Penitenciários.

Segundo o comunicado "Salve Geral", os presos não devem aceitar nenhum tipo de alimentação fornecida pelo Estado, suspender saída para atendimento oficial, audiência, consulta com psicólogo e assistência social.

Em nota, aSecretaria de Estado de Justiça informou que os detentos "recusaram-se a receber o café da manhã e o almoço, na segunda-feira". A secretaria, no entanto, nega que faltem especialistas.

"Todas maiores unidades do sistema penitenciário possuem no próprio local equipes formadas por médico (clínico geral, ginecologista) enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, odontólogo, auxiliar de saúde bucal, farmacêutico e nutricionista", afirmou a gestão penitenciária.

O texto disse ainda que o Estado "contratará médicos para repor e ampliar o quadro do sistema penitenciário". Segundo o documento, nas demais unidades o atendimento é realizado na rede municipal.

"Quanto aos medicamentos, informamos que são fornecidos pelas Secretarias Municipais de Saúde, e o sistema prisional recebe os mesmos medicamentos disponibilizados à população em geral."

A secretaria afirmou acompanhar o movimento e garantiu que as atividades de segurança estão normais.

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