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Presidente do BNDES diz que Rio está em "estágio terminal"

O presidente do BNDES defendeu que nem o setor de óleo e gás pode sustentar uma retomada se não houver uma "repactuação da maneira de se gastar o dinheiro"

Rabello: "Essa palavra é muito forte. Realmente é forte, mas precisa ser encarada" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

Rabello: "Essa palavra é muito forte. Realmente é forte, mas precisa ser encarada" (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 15h36.

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, defendeu hoje (6) que o Rio de Janeiro precisa redescobrir e redesenhar suas vocações porque se encontra em estágio terminal em razão das crises que atravessa.

Ele fez uma palestra no Exame Fórum RJ, evento organizado pela Revista Exame em um hotel na zona sul da cidade.

"Precisamos realmente botar a cabeça no lugar, tendo em vista o estado terminal que eu associo à condição do Rio de Janeiro", disse Rabello de Castro.

E acrescentou: "Essa palavra é muito forte. Realmente é forte, mas precisa ser encarada. O que imaginamos para nós terminou. Acabou-se".

O presidente do BNDES disse que o Rio de Janeiro ficou "politicamente desmoralizado" desde que o estado da Guanabara e o estado do Rio foram unidos na ditadura militar, em 1975, sem que houvesse um debate.

Antigas vocações

"Estamos em um estágio terminal no sentido de nossas antigas vocações. A nossa vocação sempre foi, historicamente, a vocação política. Comandávamos daqui o orçamento público", disse ele. "De certa forma, podamos a árvore", explicou.

Rabello de Castro defendeu que nem mesmo o setor de óleo e gás pode sustentar uma retomada fluminense se não houver uma "repactuação da maneira de se gastar o dinheiro público" e visão estratégica sobre o futuro.

Ele avaliou que a crise na segurança pública é também uma crise de insegurança política, de segurança financeira e fiscal. Afirmou ainda que os problemas de segurança pública ainda não estão sendo enfrentados com uma "abordagem definitiva".

"A questão do turismo está associada à segurança. O assunto começou a ganhar dimensão federal. Acho que ainda não é a abordagem definitiva. Acho que ainda estamos perdendo o jogo", disse ele, que defendeu a regularização das casas em áreas onde há atuação do crime organizado.

"Esse território só será retomado quando as populações desse território forem soberanas sobre seu território. Na minha opinião só tem uma possibilidade: no dia que tiverem o título de propriedade", argumentou.

O presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, fez a primeira palestra do evento e afirmou que o Rio de Janeiro só poderá sair da crise se "entender que a segurança é a base de tudo".

"Com segurança, teremos mais empresas, mais postos de trabalho, mais impostos sendo pagos e mais arrecadação", afirmou.

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