Felipe Santa Cruz: presidente da OAB questionou Bolsonaro acerca de fala sobre seu pai (Eugênio Novaes/OAB/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de agosto de 2019 às 18h21.
Última atualização em 2 de agosto de 2019 às 19h23.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou nesta sexta-feira, 2, que tem recebido ameaças em redes sociais desde o início da semana, após o embate público que teve com o presidente Jair Bolsonaro.
Falando a jornalistas antes de um almoço promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) em que foi palestrante, Felipe Santa Cruz afirmou que sua equipe encontrou uma ameaça mais grave entre elas, sem dar detalhes do que seria. Ele ressaltou que prefere não acompanhar esse tipo de mensagem.
"Eu não vi pessoalmente as ameaças, sei que há, mas evito até por proteção de espírito. Minha equipe identificou uma ameaça especificamente mais grave", afirmou. Segundo ele, coube à Ordem comunicar a Polícia Federal.
"Confio que a Polícia Federal vai identificar o perfil e esclarecer, antes de mais nada, se é um destempero, uma loucura que as pessoas às vezes falam, ou se é algo que devemos mesmo nos preocupar e enfrentar como algo relevante e uma ameaça grave contra minha segurança ou de minha família".
Nesta semana, Jair Bolsonaro apresentou uma versão sobre a morte de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai de Felipe Santa Cruz, que não tem respaldo em informações oficiais. O presidente da OAB acionou então o Supremo para cobrar esclarecimentos de Bolsonaro.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional) protocolou duas notícias crime na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal. Uma delas é por "ameaças e ofensas" que teriam sido feitas ao presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, a outra por fraude contra ele.
A OAB destaca manifestação de um usuário do Facebook que publicou: "Você não passa de um comunista igual ao seu pai. Se acha um semideus porque anda de carro blindado. Não se esqueça que existe .50 BMG e explosivo C-4".
A assessoria de comunicação da OAB Nacional informou que a entidade solicitou abertura de inquérito policial para averiguar os fatos e, se constatada a prática de ilícito penal, o envio dos autos ao Ministério Público.
A OAB foi à PF na segunda-feira, 29, e divulgou o caso nesta sexta-feira, 2. "O presidente Felipe Santa Cruz confia que a Polícia Federal fará toda a investigação necessária para elucidar os casos", diz a entidade máxima da Advocacia, em nota.