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Presidente da OAB critica troca-troca na CCJ

Sem votos para garantir uma vitória do governo na CCJ da Câmara, a base aliada formalizou na manhã de segunda-feira, 10, mudanças na composição do colegiado

Lamachia: "estado brasileiro não pode continuar sendo moeda de troca para acobertar crimes de seus agentes', disse presidente da OAB (Valter Campanato/Agência Brasil)

Lamachia: "estado brasileiro não pode continuar sendo moeda de troca para acobertar crimes de seus agentes', disse presidente da OAB (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de julho de 2017 às 12h12.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados (OAB), Claudio Lamachia, afirmou nesta terça-feira, 11, que 'O Estado brasileiro não pode continuar sendo moeda de troca para acobertar crimes de seus agentes'. Sem votos para garantir uma vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a base aliada do presidente Michel Temer (PMDB) formalizou na manhã de segunda-feira, 10, mudanças na composição do colegiado.

A CCJ é composta por 66 parlamentares. São necessários 34 votos para aprovar o parecer do relator na Comissão, favorável à denúncia contra Temer por corrupção passiva. Independentemente do resultado, a denúncia segue para o plenário.

Para Lamachia, 'já estão em curso liberações de verbas do Orçamento para parlamentares em troca de votos em defesa do presidente da República'.

"O Estado brasileiro não pode continuar sendo moeda de troca para acobertar crimes de seus agentes. Isso depõe não apenas contra o presidente, mas contra o conjunto das instituições políticas, e soa como deboche à sociedade. É crime de lesa-democracia!", afirmou Lamachia.

"O gesto mínimo de grandeza que se espera do presidente da República é que não fuja às suas responsabilidades e responda às acusações. Se é inocente, não há por que se ocultar em manobras ilícitas. Não faz sentido defender-se da acusação de um crime praticando outro. E é o que ocorrerá se sabotar o processo."

Pelas contas do governo, Temer tem, atualmente, entre 39 e 41 votos da CCJ, depois das trocas de parlamentares da comissão por deputados considerados mais confiáveis pelo Planalto. No entanto, o governo sabe que está sujeito a nova traições e está atento a driblá-las.

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