Brasil

Presidente da Indonésia nega clemência para brasileiro

Em conversa por telefone com Dilma, Joko Widodo ressalvou que todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme as leis do país


	O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira (dir.) junto com seu advogado: Dilma disse que a execução do brasileiro terá repercussão negativa para as relações entre os dois países
 (Divulgação)

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira (dir.) junto com seu advogado: Dilma disse que a execução do brasileiro terá repercussão negativa para as relações entre os dois países (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 12h43.

Em conversa por telefone, a presidente Dilma Rousseff pediu, na manhã de hoje (16), ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, clemência para os brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira, que está preso naquele país por tráfico de drogas e deve ser executado no próximo domingo (18), e de Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado pelo mesmo crime.

Widodo respondeu que não poderia atender ao apelo de Dilma, apesar de compreender a preocupação dela com os cidadãos brasileiros. 

O presidente indonésio ressalvou que todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme as leis do país e que os brasileiros tiveram garantido o devido processo legal. As informações estão em nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República.

“A presidenta ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros. Disse respeitar a soberania indonésia e de seu sistema judiciário, mas, como chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias”, diz a nota.

Dilma ainda lamentou profundamente a decisão de Widodo e disse que a execução do brasileiro vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para as relações entre os dois países.

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou que o governo brasileiro convocou duas vezes o embaixador da Indonésia no Brasil para transmitir o desejo da presidenta Dilma de conversar com Widodo.

O primeiro pedido foi feito há cerca de uma semana. Segundo Garcia, a execução do brasileiro criaria uma “sombra” na relação entre os dois países.

“Não houve sensibilidade por parte do governo da Indonésia para o pedido de clemência do governo brasileiro. Tanto em relação a Archer, quanto a Goularte. Em princípio, para Marco Archer, a execução deve se dar à meia-noite de domingo, hora de Jacarta, e 3h da tarde na hora de Brasília”, disse. Garcia  disse ainda que esperar “que um milagre possa resolver essa situação”

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, está preso na Indonésia desde 2003, condenado por tráfico de drogas. Ele pode ser o primeiro brasileiro executado por crime no exterior.

Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, de 42 anos, também está no corredor da morte na Indonésia, por tentar entrar no país, em julho de 2004, com seis quilos de cocaína escondidos em uma prancha de surfe. 

De acordo com as leis da Indonésia, a única forma de reverter uma sentença de morte é o presidente do país aceitar um pedido de clemência. A primeira vez que o governo brasileiro pediu clemência para Archer foi em março de 2005, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem (16), a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch informou que a Indonésia vai executar domingo (18), por fuzilamento, Archer e mais cinco prisoneiros também condenados à morte por tráfico de drogas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDilma RousseffIndonésiaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTráfico de drogas

Mais de Brasil

Bolsonaro planejou e dirigiu plano de golpe de Estado, afirma PF

Relatório do golpe de Estado: veja íntegra do inquérito que indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas

Nova Raposo terá mais de 40 quilômetros de marginais no trecho entre SP e Cotia

Governo de SP apresentará fundo com foco em resiliência climática para investidores