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Presidente da CPI não descarta convocação de Janot

Deputado Paulinho da Força protocolou um pedido para a quebra do sigilo telemático telefônico do procurador-geral e do ministro da Justiça


	Paulinho da Força: ao ler seu requerimento de convocação de Janot na sessão da CPI, parte dos membros da comissão rechaçaram a proposta, mas o assunto deve entrar na pauta de votações de requerimentos
 (Marcelo Camargo/ABr)

Paulinho da Força: ao ler seu requerimento de convocação de Janot na sessão da CPI, parte dos membros da comissão rechaçaram a proposta, mas o assunto deve entrar na pauta de votações de requerimentos (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2015 às 17h15.

Brasília - O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), não descartou a possibilidade de colocar em votação já na próxima quinta-feira, 14, a convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Vivemos numa República e ninguém está acima da lei", declarou o peemedebista.

Hoje, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou o pedido para ouvir Janot sob a alegação de que há vazamento seletivo de informações da Operação Lava Jato e que os parlamentares precisam saber os critérios de investigação da Procuradoria Geral da República (PGR).

De acordo com o parlamentar, uma empresa de assessoria de imprensa teria sido contratada por R$ 500 mil, sem licitação, para fazer os vazamentos aos jornalistas.

Paulinho da Força, como é conhecido, também protocolou um pedido para a quebra do sigilo telemático telefônico do procurador-geral e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

No momento em que Paulinho leu seu requerimento de convocação de Janot na sessão da CPI, parte dos membros da comissão rechaçaram a proposta, mas o assunto deve entrar na pauta de votações de requerimentos da comissão na semana que vem. Peemedebistas que estavam na sessão apoiaram a iniciativa.

Motta disse que, se o requerimento será votado ou não, dependerá de acordo entre os membros da comissão e que o plenário é "soberano". Na prática, o presidente da CPI tem a prerrogativa de montar a pauta de votações.

Aos jornalistas, o peemedebista disse que tratará o assunto da mesma forma que os outros requerimentos.

Indicado por Cunha para presidir a CPI, Motta negou que faça "apologia" à convocação de Janot, mas fez questão de enfatizar que o procurador não é "melhor ou pior do que ninguém", ou seja, estaria sujeito a convocação, assim como estaria o presidente do Senado e investigado na Lava Jato, Renan Calheiros (PMDB-AL), ou mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Acredito que ele (Janot) não deve se constranger", afirmou.

Oitivas em Curitiba

Na próxima semana, os deputados se deslocarão à Justiça Federal no Paraná para ouvir 13 depoentes presos. Como Cunha não revogou o ato da Mesa que proíbe a oitiva de encarcerados nas dependências da Casa, a CPI vai ouvir em dois dias Alberto Youssef, Mario Góes, Nestor Cerveró, Fernando Soares, Guilherme Esteves de Jesus, Adir Assad, Iara Galdino, Nelma Kodama, René Luiz Pereira, Luiz Argôlo, André Vargas, Pedro Corrêa e Carlos Habib Charter.

Arrolados que estariam envolvidos com a parte do esquema de corrupção na Petrobras que compromete o PT, como o ex-diretores Renato Duque e Paulo Roberto Costa, além do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, foram ouvidos na Câmara.

Motta, no entanto, negou que haja proteção ao PMDB, um dos partidos investigados pela Operação Lava Jato. "Não existe dois pesos e duas medidas", enfatizou.

Hoje, a CPI ouviu por seis horas o depoimento do presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro. Ao final, o executivo disse esperar que a companhia criada para produzir sondas de exploração do pré-sal se recupere da crise desencadeada pela Lava Jato. "Tenho convicção de que vamos superar este momento", finalizou Carneiro.

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