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Presidente da Alerj vê possibilidade de impeachment de Pezão

Jorge Picciani voltou a criticar o governador, dizendo que "o crime de responsabilidade [cometido por Pezão] está textualizado em dois documentos"

Pezão: Picciani chamou o governador de "desastrado" (Agência Brasil/Agência Brasil)

Pezão: Picciani chamou o governador de "desastrado" (Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2017 às 15h50.

Rio - O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), elevou o tom das críticas contra o governador Luiz Fernando Pezão, seu correligionário.

Na semana passada, Picciani já havia criticado a gestão de Pezão e a resistência do Ministério da Fazenda em aceitar a homologação do plano de recuperação fiscal do Rio, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nesta quinta-feira, 22, em entrevista à rádio CBN, Picciani disse ver possibilidade de impeachment de Pezão.

"O crime de responsabilidade está agora textualizado em dois documentos", disse Picciani à CBN.

Segundo o deputado, os documentos são o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que recomendou a rejeição das contas de 2016 do Executivo, e a resposta formal do governo a um ofício enviado pela Alerj, que comprovaria irregularidades nos repasses orçamentários aos poderes independentes, como Legislativo e Judiciário.

"Isso quer dizer que eu terei que analisar eventuais pedidos de impeachment que já tramitam e outros que podem tramitar com esses elementos de outra forma, mas primeiro quero ver as contas votadas", disse Picciani, lembrando que o parecer do TCE precisa ser primeiro analisado em comissões da Alerj para então ser votado no plenário.

Picciani, conhecido por ter o controle da base do governo na Alerj, não poupou críticas a Pezão e ao governo federal, como já havia feito semana passada, quando chamou o governador de "desastrado".

Segundo o cacique peemedebista, o governo federal "não está cumprindo sua parte" e Pezão é "incompetente, não saber argumentar e não tem força política".

"Quem pode ajudar a resolver isso é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a bancada federal, que tem força junto ao presidente Temer, se não, o terceiro escalão do Ministério da Fazenda vai impedir", disse à CBN.

As negociações entre o governo fluminense e a União em torno da homologação do plano de recuperação fiscal estão travadas num impasse em torno da exigência de que Pezão aprove uma lei estadual de controle de gastos. Picciani é contra um teto de gastos.

Com a resistência da Alerj, Pezão passou a ser contra também, mas tem enfrentado resistência no Tesouro Nacional.

"Se nada disso for suficiente para o governo federal respeitar o Rio de Janeiro, só vai restar o governo Temer ter a coragem de fazer a intervenção aqui, porque o Rio não pode ficar nesse descontrole na área da segurança e na área da saúde, ou vamos fazer o impedimento. E, para fazer o impedimento, vamos enfrentar o governo federal", disse Picciani à CBN.

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