JORGE PICCIANI: presidente da Alerj é acusado de se beneficiar do esquema de propinas no transporte público do Rio / Divulgação (Alerj/Divulgação)
Reuters
Publicado em 19 de novembro de 2017 às 13h19.
Rio de Janeiro - O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, um dos caciques do PMDB fluminense, anunciou neste domingo que vai se licenciar de suas funções parlamentares a partir da próxima terça-feira para se dedicar à sua defesa e à de seu filho após serem alvos de um desdobramento da operação Lava Jato.
Picciani informou que pretende reassumir as funções parlamentares em fevereiro do ano que vem, após o recesso na Assembleia.
Ele se apresentou na quinta-feira à polícia junto a mais dois deputados estaduais, Paulo Mello e Edson Albertassi, depois que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região decretou a prisão preventiva deles, no âmbito da operação Cadeia Velha.
Mas na sexta-feira o plenário da Alerj aprovou por maioria a revogação da prisão dos três, acusados de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.[nL1N1NN1M3]
Segundo as investigações, os parlamentares receberiam dinheiro de empresas de ônibus e construção em troca de vantagens e benefícios. O filho de Picciani, Felipe Picciani, também foi preso na operação.
"A razão imediata é o fato de querer se dedicar à sua defesa e à do filho, que permanece preso, e à sobrevivência da empresa de 33 anos da família. A empresa teve a conta bloqueada pela Justiça, apesar de arcar com gastos fixos como salário de funcionários, impostos, veterinários e alimentação dos animais", disse a Alerj em comunicado.
Procuradas, as assessorias dos demais deputados não informaram se eles também poderiam optar pelo licenciamento.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região já tinha programada para a próxima terça-feira uma sessão para discutir o pedido do Ministério Público Federal de afastamento dos três deputados dos cargos na Alerj.
(Por Rodrigo Viga Gaier)