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Presidenciável do PSC quer extinguir Ministério da Fazenda se eleito

Com apenas 1% das intenções de voto, Paulo Rabello de Castro disse que ministros da pasta sentam nas mesas de negociação apenas para "falar abobrinha"

Castro: ex-presidente do BNDES diz que titular da Fazenda "só tem hoje uma função, que é meter a mão no bolso do contribuinte" (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Castro: ex-presidente do BNDES diz que titular da Fazenda "só tem hoje uma função, que é meter a mão no bolso do contribuinte" (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2018 às 15h34.

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSC, o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro prometeu, se eleito, extinguir o Ministério da Fazenda. Com 1% nas pesquisas de intenção de voto, o economista afirmou que o ministro da Fazenda hoje se senta nas mesas de negociação apenas para "falar abobrinha" e tem como principal função tirar dinheiro do contribuinte brasileiro.

"O ministério da arrecadação se transformou num biombo para pensar no futuro de seu ministro. O ministro da Fazenda senta na cabeceira das mesas de negociação apenas para falar abobrinha", declarou Rabello de Castro ao Estadão/Broadcast, sem dizer a quem estava se referindo. Para ele, que deixou o comando do BNDES no início de abril, o "dito" titular da Fazenda "só tem hoje uma função, que é meter a mão no bolso do contribuinte".

Rabello de Castro chegou à presidência do BNDES em maio do ano passado. Ex-presidente do IBGE, ele era considerado da cota pessoal do presidente Michel Temer, de quem é amigo. A nomeação do economista, no entanto, nunca agradou ao então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB), com quem teve vários embates, e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ambos também pré-candidatos à Presidência da República.

A proposta de Rabello de Castro é de que as funções do Ministério da Fazenda sejam transferidas para o Tesouro Nacional, que passaria a se chamar Secretaria Nacional do Tesouro, a exemplo do que acontece hoje nos Estados Unidos. Ele pretende, contudo, manter o Banco Central e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pasta a qual o BNDES está vinculada.

O economista disse que, se eleito presidente da República, seu futuro governo terá 20 órgãos de primeiro escalão, dos quais 12 teriam status de ministério e oito de secretarias nacionais, entre elas, a do Tesouro. A proposta consta no plano de governo do presidenciável, que começou a ser oficialmente elaborado na semana passada, segundo o presidente do PSC, Pastor Everaldo Pereira.

No plano de governo, o presidenciável pretende abolir o termo "ajuste fiscal", defendido por outros pré-candidatos a Presidência. Para ele, o Brasil precisa de uma transformação fiscal. "O termo ajuste fiscal é inapropriado, porque o que o País precisa é passar por uma transformação fiscal, uma reforma nas contas públicas. O ajuste é quando troca apenas algumas coisas", disse.

Campanha enxuta

Pré-candidato de um partido nanico que terá cerca de R$ 36 milhões de fundo eleitoral para bancar todos seus candidatos, o executivo afirmou que deve ter uma equipe de campanha enxuta. Ele disse que, na área de marketing, conta com um "consultor de comunicação", cujo nome se recusou a falar o nome, sob o argumento de que a pessoa trabalha hoje de forma voluntária.

Candidato a Presidência pelo PSC em 2014, Everaldo, por sua vez, ajuda Rabello de Castro na articulação política. Na semana passada, o dirigente partidário se reuniu em Brasília com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, presidenciável pelo PSDB. No encontro, segundo Everaldo, não trataram de aliança em nível nacional. "Existe, sim, a possibilidade de aliança, se for Geraldo apoiando o Paulo Rabello", disse.

O presidente do PSC afirmou ter discutido possíveis alianças regionais, entre elas, no Mato Grosso e no Rio de Janeiro. De acordo com Everaldo, o líder tucano na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), pediu apoio da sigla para sua candidatura ao Senado. O PSC, por sua vez, disse que poderia apoiar, desde que os tucanos apoiem candidatura do ex-juiz federal Wilson Witzel ao governo do Rio.

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