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Presidenciáveis cobram posição do governo em defesa da Ucrânia

No documento assinado pelos quatro presidenciáveis que integram a chamada "terceira via", eles pedem ao governo brasileiro "que se posicione e se una às nações que defendem a soberania" do país do leste europeu

Palácio do Planalto (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Palácio do Planalto (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de março de 2022 às 13h08.

Os pré-candidatos à Presidência da República Sérgio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Felipe d'Avila (Novo) publicaram nesta terça, 1º, nas redes sociais um manifesto conjunto em apoio à Ucrânia. No documento assinado pelos quatro presidenciáveis que integram a chamada "terceira via", eles pedem ao governo brasileiro "que se posicione e se una às nações que defendem a soberania" do país do leste europeu.

O manifesto afirma ainda que não há espaço para neutralidade quando os princípios da defesa da paz, da soberania nacional e da legitimidade da ordem internacional são violados. O ataque militar à Ucrânia, diz o comunicado, "coloca em risco a soberania de países que lutaram contra os tiranos por liberdade e inserção na comunidade das nações".

Os presidenciáveis solicitaram à Rússia que "retome o caminho da diplomacia para a restauração da paz". "Portanto, nós, pré-candidatos à Presidência da República, tornamos público o nosso repúdio à invasão da Ucrânia e oferecemos a nossa solidariedade ao povo ucraniano."

'Equilíbrio'

No domingo, o presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista e evitou condenar a invasão da Ucrânia. Ele se mostrou reticente em relação à possibilidade de a comunidade internacional impor sanções à Rússia. "Para nós, a questão do fertilizante é sagrada. E nossa posição, como acertado com o (chanceler) Carlos França, é de equilíbrio", declarou Bolsonaro, que passa o feriado do carnaval de folga no Guarujá, no litoral paulista.

Com vaga no Conselho de Segurança da ONU, o governo brasileiro dará um dos votos sobre o tema na próxima reunião do grupo, prevista para ocorrer esta semana. "Deixo claro que o voto do Brasil não está definido ou atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e será dado nessa direção", disse Bolsonaro.

A invasão da Rússia e a guerra na Ucrânia entraram na agenda da pré-campanha presidencial. Na quinta-feira passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - líder nas pesquisas de intenção de voto - falou sobre o assunto em entrevista às rádios Supra FM e 103,5 FM, de Goiás e do Distrito Federal. Ao afirma

que considera "lamentável" o fato de ainda haver países que tentam resolver suas divergências, sejam territoriais, políticas ou comerciais, "com o uso de bombas, de tiros, de ataques", Lula relativizou a invasão russa. "A gente está acostumado a ver que as potências, de vez em quando, fazem isso sem pedir licença. Foi assim que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, invadiram o Iraque. Foi assim que a França e a Inglaterra invadiram a Líbia. E é assim que a Rússia está fazendo com a Ucrânia", declarou.

'Imperialista'

No mesmo dia, a bancada do PT no Senado culpou, em nota, os Estados Unidos pelo ataque à Ucrânia. O registro que citava uma "política imperialista" americana foi publicado no Twitter da bancada do partido, mas foi apagado pouco depois. "Essa política imperialista produziu o quadro geopolítico que explica o atual conflito na Ucrânia. Tal conflito, frise-se, é basicamente um conflito entre os EUA e a Rússia. Os EUA não aceitam uma Rússia forte e uma China que tende a superá-los economicamente", dizia o comunicado da bancada petista.

O pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, alertou para os reflexos do conflito e os efeitos que o "desequilíbrio na ordem internacional" podem causar na economia brasileira. "Muito especialmente por termos um governo frágil, despreparado e perdido."

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