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Presidência da Câmara: seis partidos se unem a Maia em bloco parlamentar

Grupo de 157 deputados deve declarar apoio à candidatura defendida pelo atual presidente. Nome do adversário de Arthur Lira ainda não foi definido

O  presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Tânia Rego/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Tânia Rego/Agência Brasil)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 20h47.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 21h20.

Focados na eleição para a presidência da Câmara, seis partidos se uniram em um novo bloco parlamentar para atuar a partir de 2021 na Casa. DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania e PV devem declarar apoio à candidatura do sucessor do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa que acontecerá em 1º de fevereiro. O grupo conta com 157 deputados.

As legendas também começaram a articulação para escolher o deputado que sairá como candidato pelo bloco, ainda em aberto. O nome deve ser definido até o final desta semana, de acordo com o líder do DEM, Efraim Filho (PB). A expectativa, segundo ele, é de agregar o apoio de outros partidos para conseguir a maioria acima de 257 deputados em fevereiro. 

Mais cedo, nesta quarta, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou a própria candidatura. Líder do Centrão na Câmara, ele é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. O Centrão é formado por PL, PP, PSD, Solidariedade e Avante e conta com 135 deputados. Patriota e PSC se uniram à candidatura, e o deputado Eros Biondini (Pros-MG) também esteve ao lado de Lira. Com as oito legendaso número de apoiadores sobe para 160 deputados.

Pouco antes de Lira anunciar a candidatura, Maia afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "vai jogar pesado" pela vitória do aliado. Segundo ele, o objetivo de Bolsonaro, ao apoiar o adversário, é ter um representante na Casa que paute projetos da agenda de costumes. O governo "está desesperado" pelo comando da Câmara, disse o presidente da Casa. E, para consegui-lo, "vai abrir mão de tudo que defendeu ao longo dos últimos anos", acrescentou.

"O governo está desesperado para desorganizar de vez a agenda do meio ambiente no país. Está interessado em flexibilizar a venda e a entrega de armas neste país, entre outras agendas que desrespeitam a sociedade brasileira e as minorias", disse Maia. "A gente sabe que o governo vai jogar pesado para eleger seu candidato. Vai rasgar seu próprio discurso para derrotar o atual presidente da Câmara e meu candidato", afirmou.

Maia ainda não anunciou quem será o candidato do bloco que chama de "independente", mas reforçou no Twitter, na noite desta quarta, que ele "terá compromisso com a agenda econômica e não com uma pauta armamentista, de costumes, de desrespeito ao meio ambiente, que dividirá a sociedade e atropelará as minorias".

 

 

 

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