Repórter
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 20h56.
Os prejuízos causados pelo tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, no fim de semana, já ultrapassam R$ 114,5 milhões, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) baseado em dados da Defesa Civil.
O fenômeno climático extremo destruiu ou danificou cerca de 1.500 residências e impactou mais de 90% dos 13,6 mil moradores do município.
A tragédia deixou seis mortos e mais de 700 feridos. Em resposta, o governo do Paraná anunciou um pacote emergencial de reconstrução, que prevê a construção de 320 novas moradias em até 90 dias e o pagamento de auxílios de até R$ 50 mil para famílias que precisarão reformar suas casas.
Os investimentos totais destinados às ações emergenciais podem chegar a R$ 120 milhões, de acordo com projeções do governo estadual.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) informou que as Coordenadorias Estaduais de Proteção e Defesa Civil do Paraná e de Santa Catarina atuam em conjunto com o Corpo de Bombeiros, defesas civis municipais, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), polícias militares e outros órgãos públicos nas ações de resposta aos estragos provocados pelos temporais na região Sul.
Entre as medidas adotadas estão o suporte direto aos municípios afetados, incluindo o levantamento técnico dos danos e prejuízos materiais causados pelos eventos climáticos.
A Defesa Civil do Paraná informou que seis pessoas morreram, duas estão desaparecidas e 432 estão feridas após a passagem do tornado em Rio Bonito do Iguaçu. Dados divulgados pelo órgão apontam que 90% da área urbana de Rio Bonito do Iguaçu sofreram algum estrago na infraestrutura.
A tempestade foi classificada como tornado de categoria F3 com ventos que chegaram a até 250 quilômetros por hora, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Neste sábado, 8 de novembro, o governador do Paraná, Ratinho Junior, decretou estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, após a passagem do tornado.
“Decretei o estado de calamidade pública, que nos permite dar mais celeridade aos atendimentos e à liberação de recursos. Já determinei que a Cohapar estude estratégias para a reconstrução das moradias e estamos preparando alojamentos para garantir o amparo às famílias”, afirmou Ratinho Junior, em coletiva de imprensa.
Diferente do estado de emergência, decretado quando o município ainda mantém alguma capacidade de atuação, o estado de calamidade pública é adotado em cenários em que os efeitos do desastre comprometem gravemente a estrutura administrativa local, exigindo uma resposta mais ampla e imediata do poder público.
Com o reconhecimento da calamidade, o governo estadual pode acionar mecanismos emergenciais, como a dispensa de processos licitatórios, a liberação imediata de verbas e a solicitação de auxílio da União.
A medida também permite que as prefeituras afetadas acessem recursos do Fundo Estadual de Calamidade Pública, firmem convênios emergenciais e formalizem pedidos de apoio financeiro ao governo federal.