Crivella (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 16 de julho de 2020 às 08h32.
Prevista para começar nesta sexta-feira (16), a fase 4 da flexibilização das atividades na cidade do Rio de Janeiro previa, na última versão do plano de retomada gradual, divulgada pela prefeitura no dia 10, a volta de eventos culturais em locais fechados, como teatros e cinemas, com um terço da lotação. Nesta quinta-feira, segundo membros do comitê científico que dá suporte às decisões do município, o grupo se reunirá para decidir com autoridades da prefeitura o que, de fato, poderá ou não reabrir nesta nova etapa.
A decisão sobre o avanço para cada nova fase é tomada com base na análise de indicadores como a taxa de ocupação de leitos no município e o número de casos confirmados da Covid-19. De acordo com um dos membros do comitê, o infectologista Celso Ramos, da UFRJ, ainda não é possível afirmar quais atividades econômicas serão liberadas, embora a previsão original da prefeitura contemplasse, além dos cinemas, a reabertura de pontos turísticos e a volta das apresentações musicais ao vivo em bares e restaurantes.
— Tudo parece muito favorável, mas a decisão depende da observação dos parâmetros, que só são apresentados na reunião. Só depois desse encontro é que o Município irá determinar o que terá autorização para reabrir — explica.
Segundo o endocrinologista Sylvio Provenzano, também membro do comitê, a volta das atividades culturais em locais fechados ainda não foi debatida em nenhuma reunião anterior do grupo, apesar de estar prevista na versão mais recente plano de retomada gradual. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, afirma que a volta dos eventos em locais fechados pode agravar o risco de contágio por coronavírus:
— Não há a menor justificativa para se permitir eventos com aglomeração de pessoas em locais fechados, onde não existe circulação de ar. O ar-condicionado aumenta o risco de transmissão: além de não circular, o fluxo de ar pode levar o vírus para maiores distâncias. Nem os restaurantes fechados deveriam estar funcionando. Deveriam atender os clientes exclusivamente em áreas abertas, a exemplo do início da flexibilização na Europa — criticou.
Confira o que estava previsto para esta fase
Comércio: Na fase 4, o comércio de rua continua abrindo às 11h, mas cairia a obrigação de fechar às 17h. Além disso, tanto as lojas de rua quanto centros comerciais, galerias e shoppings poderiam aumentar a lotação para dois terços, assim como estacionamentos dos shoppings.
Lanchonetes, bares e restaurantes: Passariam a funcionar sem restrição de horário e poderiam voltar a ter apresentações de música ao vivo.
Educação: As universidades poderiam retomar as práticas presenciais de atividades de saúde. No decreto original, a fase 4 previa a retomada das aulas presenciais da pré-escola e das turmas de 1º e 2º ano da rede municipal. Entretanto, após várias discussões com especialistas e educadores, a prefeitura determinou que as instituições de ensino pública e privadas permanecerão fechadas, sem previsão de reabertura.
Turismo: Pontos turísticos poderiam reabrir, respeitando o limite de um terço da lotação e a regra de 4 m² por pessoa.
Cultura: Poderiam voltar as atividades culturais em espaços abertos e fechados, como teatros, museus e cinemas, desde que respeitando o limite de um terço da lotação e a regra de 4m² por pessoa. Os ingressos seriam comprados online ou terminais de autoatendimento.
Esporte e lazer: As saunas, piscinas e banheiras de hidromassagem de centros de treinamentos esportivos poderiam voltar.