Dengue: cidade de São Paulo decretou emergência de saúde por dengue nesta segunda-feira (Soumyabrata Roy/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de março de 2024 às 13h00.
Última atualização em 18 de março de 2024 às 13h02.
A Prefeitura de São Paulo enviou, na manhã desta segunda-feira, 18, um ofício ao Ministério da Saúde solicitando o envio imediato de doses da vacina contra a dengue (Qdenga) para a capital. A cidade ainda não recebeu nenhuma dose enviada pelo governo federal.
Em nota, o prefeito Ricardo Nunes afirmou que enviou três ofícios ao Ministério solicitando vacina, porém nao teve resposta. Nesta segunda, ele assinou um decreto de emergência na cidade São Paulo.
“Nós já mandamos três ofícios e não tivemos resposta.“Isso é até como uma forma de tentar alertá-los, pois eles precisariam ter se preparado com relação a isso e evitado mortes”, disse Nunes.
“Estamos na maior cidade do Brasil e isso tem um peso para demonstrar que eles deram bobeira lá e poderiam ter sido mais ágeis no fornecimento da vacina não só para cidade de São Paulo, mas para todas as cidades do Brasil”, concluiu Nunes.
A cidade de São Paulo decretou emergência de saúde por dengue nesta segunda-feira, 18. O anúncio foi feito pela Secretaria de Saúde de SP, que informou que a medida será publicada em edição extra no Diário Oficial.
De acordo com boletim da Secretaria de Saúde, foram registrados 414 casos da doença a cada 100 mil habitantes na capital em 2024. O número bruto de casos confirmados foi 49.721 mil. No período, também foram confirmados 11 óbitos.
Ainda segundo o boletim, o distrito com maior incidência no número de casos foi o Jaguara, na zona oeste, com mais de 5 mil casos por 100 mil habitantes. Outras regiões, como Itaquera e São Miguel, na zona leste, além de São Domingos e Jaçanã, na zona norte, também se destacam com mais de 1 mil casos por 100 mil habitantes no período.
Com o decreto, de acordo com a secretaria, estão autorizadas todas as medidas administrativas necessárias para o combate da dengue na cidade de São Paulo, entre elas compra de materiais e insumos, além de contratação de serviços e ações de vigilância sanitárias para o combate do mosquito transmissor.
Para o prefeito Ricardo Nunes, o principal impacto do decreto será o aumento da conscientização sobre a necessidade de combate à doença. "Mais de 80% dos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, estão nos domicílios. É preciso que toda a população atue no combate da disseminação da doença", comentou durante evento sobre outro tema na manhã desta segunda.
A secretaria destaca ainda outras medidas que já vinham sendo tomadas no combate à dengue, como: extensão no horário de funcionamento da Assistência Médica Ambulatorial (AMAS), que, a partir desta segunda-feira, 18, vai até às 22h; compra de 400 mil testes de dengue, disponíveis gratuitamente nas 471 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e aumento no número de agentes nas ruas.
Há quase duas semanas, no dia 5 de março, o Estado de SP decretou emergência de saúde por dengue. O decreto também aconteceu após o Estado atingir 300 casos confirmados de dengue por 100 mil habitantes, segundo comunicado do governo emitido na ocasião. Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados mais de 300 mil casos prováveis e 72 óbitos em decorrência da dengue no Estado em 2024.
No âmbito nacional, os casos de dengue também seguem em alta. Só em 2024, foram registrados mais de 1,6 milhão de casos prováveis da doença, número maior que o registrado em todo ano de 2023. Além disso, foram confirmados 513 óbitos devido à doença no País.