Pacaembu: prefeitura aposta no estádio para cobrir o vácuo de arenas no país (Wikimedia Commons/Heitor Carvalho Jorge/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 09h22.
São Paulo - A prefeitura de São Paulo quer que o Pacaembu seja a "casa" do Flamengo no Campeonato Carioca e também no Campeonato Brasileiro em 2017.
Nesta semana, o secretário municipal de Esportes e Lazer Jorge Damião vai se reunir com o presidente do clube carioca, Eduardo Bandeira de Melo, para formalizar o convite.
"Queremos o Flamengo jogando no Pacaembu. Já imaginou um Fla-Flu no Pacaembu? A torcida do Flamengo é fantástica e pode ajudar nesse processo de reafirmação do Pacaembu como uma arena esportiva", diz o secretário em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo.
No ano passado, o Flamengo jogou duas vezes no estádio paulistano durante o Campeonato Brasileiro. Diante do Figueirense, em setembro, foram mais de 30 mil pagantes. No mês seguinte, cerca de 21 mil acompanharam a partida contra o Santa Cruz. A cidade ficou rubro-negra nos dois domingos.
Esses números, somados à escassez de estádios no Rio, motivaram a ação da prefeitura paulista. Como o Maracanã está no meio de uma disputa jurídica entre o governo do Rio e a construtora Odebrecht e permanece abandonado, o Flamengo escolheu o Estádio Luso-Brasileiro como sede dos jogos, mas a arena só tem capacidade para 15 mil pessoas.
O Flamengo é apenas um dos clubes que a prefeitura quer convidar para atuar no Pacaembu com mais frequência. O São Paulo deve mandar dois jogos do Campeonato Paulista, entre eles, um clássico; o Santos vai jogar no dia 29, no amistoso diante do marroquino Kenitra para apresentar o elenco, e também em partidas do Campeonato Paulista e da Libertadores. Até a Portuguesa, que vai disputar a Série A2, irá desfilar no Estádio Paulo Machado de Carvalho.
Além do futebol, o Pacaembu receberá seis jogos da seleção brasileira de rúgbi - o primeiro será no dia 3 de março contra o Chile.
Garantir a visibilidade do Pacaembu é uma das estratégias para atrair investidores para o processo de concessão da arena. O modelo, ainda em estudos, é conduzido por Wilson Poit, secretário da Desestatização.
Números da prefeitura apontam a necessidade de R$ 300 milhões a R$ 600 milhões para a modernização da arena. O projeto incluiria reconstrução da arquibancada e criação de mais vagas de estacionamento no estádio.
Depois de mostrar interesse em assumir o Pacaembu, o Santos recuou e vai continuar como locatário. Negocia agora a redução do aluguel. O preço é de 10% da renda da bilheteria e 12% para jogos à noite.