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Prefeitura de São Paulo veta críticas a João Doria no Facebook

Textos ou frases que contenham qualquer menção a apelidos pelos quais o prefeito é conhecido entre seus críticos são automaticamente vetados

João Dória: há hoje pelo menos 22 termos bloqueados no Facebook da Prefeitura (Germano Lüders/Exame)

João Dória: há hoje pelo menos 22 termos bloqueados no Facebook da Prefeitura (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 12h17.

São Paulo - A Secretaria Especial de Comunicação (Secom) da Prefeitura de São Paulo está usando um recurso do Facebook para evitar críticas políticas ao ex-prefeito e candidato ao governo do Estado pelo PSDB, João Doria, na página institucional do governo municipal.

Textos ou frases que contenham qualquer menção a apelidos pelos quais o prefeito é conhecido entre seus críticos são automaticamente vetados. O governo municipal diz que exclui comentários difamatórios em relação a qualquer pessoa.

Há hoje pelo menos 22 termos bloqueados no Facebook da Prefeitura. Entre eles, estão críticas políticas, mas também palavrões e até termos homofóbicos sobre o ex-prefeito. Isso significa que esse tipo de comentário nem sequer pode ser postado e visto por outras pessoas, independentemente do restante da frase, sem passar pela análise de um moderador da rede social.

Exceção.

O governo municipal alega que tais palavras violam a política de uso da rede social, mas é o único entre os órgãos consultados pela reportagem, incluindo ministérios e órgãos do governo do Estado de São Paulo, que bloqueia termos relacionados a um político nas redes sociais. No caso dos governos do Estado e federal, os termos censurados são apenas palavrões genéricos.

O jornal O Estado de S. Paulo coletou informações sobre a política de uso de redes sociais de Secretarias de Comunicação e outros órgãos dos governos do Estado e federal, por meio da Lei de Acesso à Informação. Em pelo menos 15 deles a regra é evitar xingamentos genéricos.

A Casa Civil do governo do Estado de São Paulo bloqueia 50 palavras, tais como "desprezível" e "assassino", sem personalizar.

Na Secretaria de Estado da Segurança Pública, nem sequer há termos bloqueados. A única exceção é o Ministério da Educação, que vetou palavras associadas às principais campanhas de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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