Petrópolis (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 20 de fevereiro de 2022 às 18h29.
A Prefeitura de Petrópolis seguia com os trabalhos, neste domingo, para retomar o funcionamento da cidade atingida por um temporal nesta semana que deixou pelo menos 152 mortos, segundo dados de órgãos oficiais atualizados na noite do sábado.
O temporal que atingiu Petrópolis na tarde de terça provocou alagamentos, deslizamento de terras e deixou um rastro de devastação, com casas destruídas e ruas cobertas de lama depois das águas baixarem. Trabalhos de buscas por pessoas desaparecidas que teriam sido soterradas pela lama permanecem incessantemente.
Ainda ocorreram deslizamentos na cidade e as 26 equipes operacionais trabalham em cerca de 900 análises técnicas por toda a cidade.
Iva Machado, de 62 anos, moradora de Petrópolis há 16, perdeu a mãe e 3 sobrinhos na tragédia e ainda busca uma sobrinha soterrada. A casa dela não foi atingida, mas ela teme novos deslizamentos.
"Estou sem chão, sem saber o que será da minha vida. Durmo assustada e qualquer barulhinho eu acho que vai desabar ou ter uma nova tragédia", disse à Reuters.
"Depois disso tudo vem tornei uma morta-viva."
Ações emergenciais foram tomadas pelo governo federal para ajudar a cidade e os moradores afetados pelo temporal.
Inicialmente foram liberados 2 milhões de reais, e o governo prepara uma medida provisória para a próxima semana no valor de 500 milhões para Petrópolis e outras cidades do país atingidas por chuvas desde o fim do ano passado.
Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida nesta semana e afirmou que o cenário é de guerra e devastação.
No sábado, o governo dos Estados Unidos anunciou a destinação de 520 mil reais para assistência imediata a famílias atingidas por um temporal na terça-feira que já deixou mais de mortos.
A doação, que ocorre por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID ), é destinada à distribuição de kits de higiene pessoal, limpeza e segurança alimentar às famílias desabrigadas. Os recursos serão administrados pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).