Serão 12 funerais. As famílias das vítimas são de comunidades carentes (AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 15h10.
Rio de Janeiro - A Prefeitura do Rio de Janeiro está custeando sete dos 12 funerais das vítimas do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste. Segundo a subsecretária de Assistência Social, Fátima Nascimento, foi oferecida ajuda a todas as famílias, mas cinco preferiram arcar com os custos.
Fátima disse que existem famílias muito carentes, como a de Igor Moraes da Silva, de 13 anos, cuja mãe Inês Moraes é catadora de papel. Ela esteve no Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo do filho e precisou ser amparada pelas assistentes sociais da prefeitura depois de ver o menino. Inês saiu do IML sem dar entrevista, pois estava muito abalada.
O corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos, será cremado amanhã. Todas as demais crianças serão enterradas até o fim do dia de hoje. De acordo com a subsecretária, uma equipe de 40 assistentes sociais está à disposição dos familiares desde ontem de manhã para dar apoio psicológico e confortá-los até depois do sepultamento.
"No sábado e no domingo, as assistentes sociais vão às casas das famílias (dos alunos da Tasso da Silveira), não só das vítimas da tragédia. Todas as famílias estão muito fragilizadas e serão acompanhadas por tempo indeterminado. Os pais e as crianças têm de recuperar a confiança na escola", afirmou Fátima.
Perícia
O assassino que matou 12 crianças e feriu outras 12 na escola Tasso da Silveira recarregou o seu revólver 38 pelo menos nove vezes durante a chacina. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, disparou mais de 60 vezes contra os estudantes. A perícia da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil recolheu 62 cápsulas deflagradas e oito speed loaders - equipamento utilizado para recarregar o revólver.
A perícia e os policiais também apresentaram um revólver 32, um canivete e um cinturão com 13 compartimentos para transporte dos speed loaders. A maior parte do equipamento estava manchada de sangue. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Felipe Ettore, o assassino não falou nada para suas vítimas durante a execução. "Segundo os professores, ele não falou nada. Só quando entrou na sala e disse que ia dar uma palestra. Começou a atirar aleatoriamente sem falar nada", disse.