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Prefeitos vão discutir proposta de transposição

Proposta do governador Geraldo Alckmin sofre resistência de moradores e divide a opinião dos prefeitos, que têm suas cidades abastecidas pelo Rio Paraíba do Sul


	Rio Paraíba do Sul, à altura de Campos dos Goytacazes: projeto consiste em retirar água de um dos braços da represa do Jaguari e levá-la ao reservatório Atibainha
 (Hamilton Correa/FAÇA E VENDA)

Rio Paraíba do Sul, à altura de Campos dos Goytacazes: projeto consiste em retirar água de um dos braços da represa do Jaguari e levá-la ao reservatório Atibainha (Hamilton Correa/FAÇA E VENDA)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 21h54.

Igaratá - A proposta do governador Geraldo Alckmin anunciada na tarde desta quarta-feira, 19, de transpor água da bacia do Rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, para abastecer o Sistema Cantareira, em São Paulo, será discutida por prefeitos da região na próxima sexta-feira, 21, em Campos do Jordão. A medida sofre resistência de moradores e divide a opinião dos prefeitos, que têm suas cidades abastecidas pelo Rio Paraíba do Sul.

O projeto consiste em retirar água de um dos braços da represa do Jaguari, na cidade de Igaratá, por meio de uma estação elevatória e levá-la ao reservatório Atibainha, em Nazaré Paulista, no Sistema Cantareira, por um canal com 15 km de extensão.

O prefeito de Pindamonhangaba e presidente do Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale Do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte (Codivap), Vito Ardito Lerário (PSDB), disse que será necessário um estudo para saber qual a quantidade de água a ser direcionada ao Sistema Cantareira, para que os municípios não tenham o abastecimento prejudicado.

"Esse estudo terá que levar em consideração os municípios do estado do Rio de Janeiro que também são abastecidos pelo Rio Paraíba do Sul. Sabemos da importância do projeto devido à gravidade da situação pela qual passa o Sistema Cantareira, mas a proposta precisa ser melhor discutida".

Lerário acredita que a medida não afetará o abastecimento no Vale do Paraíba pois seu nível é considerado bom. "Essa questão vem sendo discutida desde o governo Montoro. Outro ponto que deveria ser levantado é a questão do tratamento das águas do Rio Tietê. Guarulhos poderia começar a tratar seu esgoto de forma que o Tietê pudesse ter suas águas tratadas e abastecer a Capital".

O empresário Hélio Barbosa, de Igaratá, afirmou que a cidade iniciará um movimento para tentar evitar que a proposta seja colocada em prática. "A cidade é contrária ao projeto e o nível do Rio Jaguari vem registrando níveis baixos há oito meses. Se isso (projeto) ocorrer, nossa represa vai secar", disse. Segundo ele, que possui uma marina às margens da represa, nesses últimos oito meses ela teria perdido 96 bilhões de metros cúbicos. "Atualmente a represa está oito metros abaixo de seu nível normal".

A prefeitura de Igaratá informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o projeto não afetará o abastecimento na cidade, já que a água consumida pela população é proveniente de outra represa existente no centro da cidade. Segundo a assessoria, a represa do Rio Jaguari foi construída para diminuir enchentes em algumas cidades do Vale do Paraíba. Ainda de acordo com a prefeitura, apenas o turismo náutico seria afetado com a baixa da represa.

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