Segundo a Secretaria de Saúde, cinco vítimas estão internadas em estado grave (Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 26 de abril de 2024 às 15h17.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, decretou luto oficial de três dias, após incêndio em pousada matar ao menos 10 pessoas, na madrugada desta sexta-feira, no centro da capital gaúcha. Ele comunicou a decisão da prefeitura por meio de seu perfil na rede social X, na qual, mais cedo, já havia se pronunciado sobre a tragédia.
Pela manhã, Melo afirmou em post que acompanha com "profunda tristeza" a apuração do incêndio. "A prioridade agora é o atendimento aos cidadãos resgatados e encaminhados ao HPS. A prefeitura trabalha para acolher os moradores e apoiar a investigação dessa tragédia", escreveu.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também se manifestou a respeito das mortes e afirmou que o incêndio "consterna profundamente" o estado. Leite disse que os bombeiros mobilizaram cinco caminhões e dezenas de militares para combater as chamas ao longo da madrugada.
"Seguimos mobilizados no rescaldo dessa tragédia e na identificação das causas das chamas. Meus sentimentos aos familiares das vítimas", escreveu o governador no X (antigo Twitter).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com os familiares pelo menos 10 vítimas que morreram no incêndio pousada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
A pousada é uma das unidades de uma rede vinculada à prefeitura para acolhimento de pessoas em situação de rua. No contrato entre as partes, renovado em dezembro do ano passado pelo prazo de 12 meses, é detalhado que a administração municipal destina mensalmente R$ 225.448,33 para a rede. Em um ano, a Pousada Garoa, que tem unidade funcionando de forma irregular, recebe mais de R$ 2,7 milhões em aluguel social.
O incêndio deixou ao menos 10 mortos e, segundo as autoridades, ainda há pessoas desaparecidas no local. A unidade afetada, na Avenida Farrapos, funcionava sem alvará e plano de prevenção contra incêndios, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
O contrato entre a prefeitura e a Pousada Garoa foi firmado inicialmente durante a pandemia, como medida de urgência para hospedagem de pessoas em situação de rua. O GLOBO procurou a Secretaria de Desenvolvimento Social (SMDS) de Porto Alegre para saber se eram realizadas inspeções regulares nas unidades da rede, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. A pasta também não informou ainda quantas pessoas em vulnerabilidade moravam na unidade afetada.
Ao UOL, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse que vai analisar os documentos do convênio.
— A prefeitura vai aportar todos os documentos que tem na Fasc [órgão responsável pelos contratos] — disse.
A pousada fica entre as ruas Garibaldi e Barros Cassal, na Avenida Farrapos. O incêndio teria começado no início da madrugada. As chamas teriam se alastrado com rapidez pelo fato de os quartos ficarem próximos um do outro e só foram controladas por volta de 5h desta sexta.
Os bombeiros afirmam que o espaço funcionava de forma irregular, não tinha alvará e nem plano de prevenção contra incêndios.