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Prefeito de Palmas corre risco de ser expulso do PT

Raul Filho pode ser expulso da legenda depois da abertura de processo na Comissão de Ética. Petista foi flagrafo negociando com Carlinhos Cachoeira em um vídeo

Investigação: o prefeito de Palmas será o último a depor na CPI do Cachoeira, antes do recesso parlamentar, que começa na semana que vem (José Cruz/Agência Brasil)

Investigação: o prefeito de Palmas será o último a depor na CPI do Cachoeira, antes do recesso parlamentar, que começa na semana que vem (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 09h05.

Diante do vídeo que mostra o prefeito de Palmas (TO), o petista Raul Filho, negociando com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a cúpula do PT vai insistir que o prefeito nunca foi um quadro histórico do partido. A estratégia é tentar isolá-lo, deixando claro que seu envolvimento com o contraventor não faz o PT sangrar.

A tendência é que Raul Filho seja expulso da legenda depois da abertura de processo na Comissão de Ética do partido. Parte da direção do PT defende que esse processo seja concluído somente depois das eleições municipais de outubro.

Flagrado em conversa com Cachoeira em 2004, Raul Filho depõe nesta terça-feira na CPI para explicar suas relações com o grupo. No depoimento, os petistas não pretendem blindar seu correligionário. Pelo contrário: a tática será frisar que Raul Filho é uma figura de menor importância dentro do partido. A ideia é não dar "munição" para a oposição atacar os petistas, que querem deixar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), permanentemente na berlinda sob a acusação de envolvimento com o esquema de Cachoeira.

No processo de "desconstrução da imagem" do prefeito de Palmas, integrantes da direção nacional do PT fazem questão de lembrar que Raul Filho já passou por legendas como a Arena, o PFL, o PSDB e o PPS, antes de desembarcar no partido, em 2003, com as bênçãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2004, Raul foi eleito prefeito de Palmas pela primeira vez.

Petistas rememoram ainda que, em abril do ano passado, Raul Filho e sua mulher, a deputada estadual Solange Duailibe, chegaram a ser expulsos do PT pelo Diretório Estadual do Tocantins, sob alegação de infidelidade partidária: ambos apoiaram a candidatura de João Ribeiro, do PR, ao Senado, contra o petista Paulo Mourão. Mas em junho, a direção nacional suspendeu a decisão, anulando a expulsão.

No depoimento previsto para hoje, o PT não armou nenhum esquema para defender Raul Filho. A avaliação de parte dos petistas é que o prefeito "tem culpa no cartório". "Vamos ouvir o que ele tem a falar", disse o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP). "Ele tem que dar explicações. Mas todos os indicativos são de que ele não está envolvido com a organização criminosa", afirmou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

O prefeito de Palmas será o último a depor na CPI do Cachoeira, antes do recesso parlamentar, que começa na semana que vem. Das seis convocações aprovadas em reunião administrativa da CPI, na semana passada, Raul Filho foi o único a ter seu depoimento agendado.


A cúpula da comissão deixou para agosto os depoimentos mais polêmicos: Fernando Cavendish, dono da Delta; Luiz Antonio Pagot ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit); e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ligado ao PSDB e ex-diretor da Dersa, empresa responsável pela manutenção das estradas paulistas.

Flagrante

Em vídeo exibido há uma semana pelo Fantástico, da Rede Globo, Raul Filho expõe possíveis oportunidades que poderiam ser exploradas por Cachoeira nos serviços públicos de Palmas em troca de dinheiro para sua campanha política.

O vídeo foi encontrado pela Polícia Federal na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado de Cachoeira, durante a Operação Monte Carlo. Aprígio foi preso na semana passada. A gravação, de quase uma hora de conversa, mostra Cachoeira oferecendo recursos para a campanha de Raul Filho, então candidato à Prefeitura de Palmas em 2004. Em troca, o petista sinaliza que Cachoeira teria espaço em seu governo, com a assinatura de contratos em diversos setores da economia da cidade. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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