Brasil

Prefeito de Mangaratiba, no Rio, é procurado pela polícia

Investigações identificaram que Vitor Tenório gastou mais de R$17 milhões entre 2010 e 2017, a pretexto de custear treinamentos para vereadores e servidores

Vitor Tenório, prefeito interino e presidente da Câmara Municipal de Mangaratiba, no RJ, está sendo procurado pela Polícia Civil (Clarice Castro/GERJ/Reprodução)

Vitor Tenório, prefeito interino e presidente da Câmara Municipal de Mangaratiba, no RJ, está sendo procurado pela Polícia Civil (Clarice Castro/GERJ/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 11h18.

Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 11h19.

O prefeito interino e presidente da Câmara Municipal de Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Vitor Tenório, está sendo procurado pela Polícia Civil e o Ministério Público. Investigações identificaram que ele gastou mais de R$17 milhões entre 2010 e 2017, a pretexto de custear treinamentos e cursos para vereadores e servidores fora do estado. Além de Tenório, o ex-presidente da Câmara Pedro Bertino e o vereador Edilson Ramos também têm mandados de prisão preventiva.

Segundo os relatórios do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o prefeito autorizou 6.691 diárias em resorts de luxo para si e demais funcionários em cidades turísticas do Brasil, como Salvador, Maceió, Fortaleza, Recife, Natal e Porto Seguro. As viagens aconteciam, em sua maioria, aos fins de semana.

"Aponta a denúncia que tais eventos não tinham relação com o interesse público, servindo para mascarar a real finalidade dos pagamentos - promover indevido acréscimo remuneratório aos agentes em detrimento aos cofres públicos, além de vantagem econômica a empresários beneficiados pelo esquema criminoso", destaca o MP.

De acordo ainda com o MP, todas as contratações das organizadoras dos eventos foram feitas sem a formalidades obrigatórias, por meio de dispensa de licitação. Durante os sete anos de gastos, os contratos favoreciam sempre as mesmas empresas. Para o TCE, fica claro que todas as dispensas licitatórias violaram a Lei de Licitações.

Mestrado

Apenas neste ano, Vitor Tenório já havia autorizado R$ 1 milhão para viagens de vereadores e servidores. Os relatórios do tribunal mostram ainda que apenas um tesoureiro da Câmara custou mais do que R$ 625 mil aos cofres públicos. O documento faz a comparação de que um curso de mestrado em Administração Pública, na Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, custaria menos de R$ 600 mil.

Além dos mandados de prisão, o Tribunal de Justiça também emitiu mandado de busca e apreensão na Casa Legislativa, na prefeitura e nas casas dos denunciados. Os vereadores acusados também estão suspensos de suas atividades parlamentares e tiveram seus bens bloqueados. Foi determinada a interrupção imediata de pagamentos para os servidores e empresas de viagem.

Acompanhe tudo sobre:Polícia CivilPrefeitosPrisõesRio de Janeiro

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas