Brasil

Prefeito de BH diz que pode adotar lockdown para conter avanço da covid-19

Alexandre Kalil (PSD) culpou o funcionamento irregular de bares e as festas pelas cidade, inclusive de cunho familiar, pelo aumento das contaminações

Internações aumentaram nos hospitais de Belo Horizonte (Pedro Vilela/Getty Images)

Internações aumentaram nos hospitais de Belo Horizonte (Pedro Vilela/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 19h41.

Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 20h05.

Dez dias após ser reeleito em primeiro turno, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou nesta quarta-feira, 25, a possibilidade de novo fechamento da cidade para conter casos do novo coronavírus e afirmou que daqui para a frente poderá prender quem desrespeitar as regras impostas pela prefeitura para impedir aglomerações.

Ao mesmo tempo, no entanto, anunciou que vai atender ao pedido de representantes de lojistas e autorizar o funcionamento do setor por três domingos para compras de fim de ano. Os números da prefeitura apontam que, entre 3 de novembro e esta quarta-feira, 25, a ocupação dos leitos de UTI para pacientes com covid-19 passou de 30,4% para 39,4%. Já o de leitos de enfermagem para quem contraiu a doença passou no período de 27,4% para 37,2%.

De acordo com os últimos dados divulgados, a capital mineira tem 53.337 casos confirmados da doença e 1.625 mortes em decorrência do coronavírus.

O prefeito afirmou que funcionamento irregular de bares e festas pelas cidade, inclusive de cunho familiar, são os responsáveis pelo aumento das contaminações na capital mineira. "A irresponsabilidade, o relaxamento, a falta de empatia e a ignorância podem nos levar a um fechamento total da cidade novamente", apontou.

Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades do país a decretar fechamento do comércio durante a pandemia, em 18 de março. Grandes festas estão proibidas na cidade. Bares podem funcionar até as 22h. "Não vamos acreditar que estamos em segunda onda. Estamos na baderna e na irresponsabilidade", disse, durante entrevista coletiva na prefeitura no início da tarde desta quarta.

Kalil disse ter a confirmação da PM de que as prisões de quem não seguir as regras podem ocorrer. Segundo o prefeito, uma nova modalidade de fiscalização começa no fim de semana. "Temos autoridade, segundo informou a PM, para prender os irresponsáveis além de fechar os estabelecimentos. A notificação e a 'multinha' acabaram. Agora nós vamos lacrar estabelecimento".

Sobre os três domingos para compras, Kalil disse que o comitê de infectologistas da prefeitura, criado para definição de estratégias de combate ao vírus, autorizou os funcionamento das lojas no período. "Então, boa vontade não tá faltando", declarou o prefeito.

Kalil disse que festas familiares na cidade para 30 pessoas estão produzindo até 15 contaminados com o novo coronavírus. "Ao contrário do que meia dúzia de comerciantes pensam, do que baladeiros pensam, do que síndico de prédio que promove churrasco pensa, a população respondeu na urna o que ela pensa de fechar a cidade".

O Estadão entrou em contato com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e aguarda retorno.

Acompanhe tudo sobre:Belo HorizonteCoronavírusMinas Gerais

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas