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Preço dos alimentos está no limite, diz LCA

Segundo o economista Francisco Pessoa, problemas de oferta, excesso de demanda e especulação explicam a alta recente das cotações das commodities agrícolas

Grãos de milho: Brasil mais perde do que ganha com alta das commodities, diz LCA (Wikimedia Commons)

Grãos de milho: Brasil mais perde do que ganha com alta das commodities, diz LCA (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 16h16.

São Paulo – Os preços das commodities agrícolas já estão chegando ao limite, mas as perspectivas positivas para a safra em vários países vão derrubar as cotações ao longo do ano.

A avaliação é do economista da LCA Consultores Francisco Pessoa, que participou nesta quinta-feira (3) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Você teve, de fato, problemas climáticos sérios ao redor do mundo que atrapalharam bastante a produção de grãos. A demanda, por sua vez, também cresce principalmente por conta da China. Mas, também parece haver um pouco de especulação, ainda que seja muito difícil você conseguir definir o quanto a especulação acaba afetando”, diz Francisco Pessoa, que lembra que vários produtos já estão com preços maiores do que no período pré-crise.

Embora a balança comercial seja beneficiada pela alta das commodities, o economista diz que o Brasil perde com esse cenário. “Como o câmbio não se valoriza para compensar essa alta das commodities, já que o governo adota medidas, isso pressiona a inflação.”

Francisco Pessoa diz que os empresários têm razão quando afirmam que não se combate preço de commodities com taxa de juros, mas o Banco Central não pode ficar de braços cruzados. “Se você deixa o restante da economia muito aquecido, esses aumentos dos preços das commodities são totalmente repassados para os salários, gerando uma espiral inflacionária.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista-chefe da LCA Consultores explica por que a alta dos preços nem sempre é positiva para os agricultores e comenta o risco de países desenvolvidos viverem uma estagflação. 

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