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Precisamos enfrentar problemas reais e não apenas continuar com guerra política, diz Leite

Governador gaúcho se coloca como presidencial, mas defende união por um projeto contra a polarização

Leite: governador diz que tem apetite para liderar projeto majoritário (Governo do RS/Divulgação)

Leite: governador diz que tem apetite para liderar projeto majoritário (Governo do RS/Divulgação)

Publicado em 12 de maio de 2025 às 19h47.

Última atualização em 12 de maio de 2025 às 19h52.

Nova York - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou nesta segunda-feira, 12, que o Brasil precisa "enfrentar problemas reais" e deixar de lado a "guerra política" gerada pela polarização.

"A polarização limita as capacidades do país. Precisamos de um novo caminho que enfrente os problemas reais e não continue apenas com essa guerra política, que só prejudica o Brasil", disse durante o Brazilian Regional Markets, evento da Apex Partners em Nova York.

Leite, que trocou o PSDB pelo PSD na última sexta-feira após 24 anos, se coloca como pré-candidato à Presidência da República em 2026, mas destacou que seu foco é a construção de um projeto político equilibrado e sustentável para o país.

“Minha intenção não é ser um nome na corrida eleitoral, mas contribuir para um Brasil mais equilibrado e sustentável”, afirmou.

Leite explicou que sua decisão de deixar o PSDB não foi motivada apenas pela possibilidade de liderar um projeto majoritário, mas pela busca por um ambiente político que permita discutir reformas estruturais e políticas públicas para o futuro do Brasil.

“O cenário político-eleitoral brasileiro impunha uma movimentação. E tenho uma boa relação com dirigentes de diversos partidos, mas as condições que o PSD oferece, que inclusive têm recebido muitos tucanos, são bastante confortáveis para discutir projetos e políticas públicas para o futuro do país. É o que me atrai. Mais do que simplesmente ser candidato”, afirmou.

O governador gaúcho ainda se mostrou disposto a trabalhar com outras lideranças políticas para a construção de uma alternativa para o Brasil, mas diz que se vê com "apetite para liderar um projeto".

“Tenho muito respeito pelo Ratinho, pelo Tarcísio. Acho que se impõe a nós termos a capacidade de conversar e de tentar oferecer uma alternativa para o país”, disso. “Agora, claro, do meu lado, o que me dá uma mobilidade maior é justamente não ter me atrelado a uma das forças que protagonizam a polarização, como são Lula e Bolsonaro”, disse.

RS quer atrair R$ 15 bilhões

Leite também falou sobre a situação econômica do Rio Grande do Sul e a recuperação do estado após as enchentes de 2023.

“No ano passado, o crescimento econômico do Rio Grande do Sul foi maior que o crescimento nacional. Esses primeiros três meses de 2025, nós já geramos mais empregos do que todo o ano passado e fomos o terceiro estado que mais gerou empregos no Brasil”, afirmou o governador.

Ele também mencionou a importância de continuar atraindo investimentos, destacando a perspectiva de um portfólio robusto de concessões no estado, com investimentos privados de até R$ 15 bilhões.

“Temos um portfólio robusto de concessões, incluindo rodovias e aeroportos, com perspectiva de investimentos significativos, como a concessão de rodovias que deve atrair R$ 15 bilhões. Queremos mostrar que o Rio Grande do Sul está se recuperando e, mais do que isso, está pronto para novos investimentos”, afirmou.

Leite reiterou a importância de mostrar ao país que o estado se recuperou das dificuldades passadas. “Queremos mostrar isso com clareza para que todos tenham a certeza de que aquele estado que eles olharam um ano atrás já está recuperado, sabe para onde está indo e tem um plano coerente, bem estruturado e uma governança bem definida para garantir essa reconstrução”, disse.

Além disso, o governador gaúcho também falou sobre a situação das finanças do estado, destacando o acordo com a União para a reconstrução e investimentos em infraestrutura.

“Acho que já temos aqui no acordo que fizemos com a União de R$ 14 bilhões, que pagaremos de dívida à União, que fica conosco para a reconstrução, e dos R$ 6 bilhões e meio de reais do fundo para a estruturação dos sistemas de combate às cheias”, afirmou Leite.

*O jornalista viajou a convite da Apex Partners

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