Pré-sal tem 800 quilômetros de comprimento por 200 quilômetros de largura (Agência Petrobras)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 20h53.
Rio de Janeiro - Estudo feito pelos professores Cleveland Jones e Hernani Chaves, do Instituto Nacional de Óleo e Gás da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INOG-Uerj), sinaliza para a existência de pelo menos 176 bilhões de barris de recursos não descobertos e recuperáveis de petróleo e gás na área do pré-sal, que abrange os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com o professor Hernani Chaves, a previsão tem 90% de chances de se tornar realidade e com 10% de probabilidade esse número chega a 204 bilhões de barris, pois “vai crescendo de acordo com as descobertas”.
O estudo técnico-científico levou em consideração as descobertas já feitas na região, as avaliações e também a área em questão do pré-sal, que tem 800 quilômetros de comprimento por 200 quilômetros de largura. “É uma área bastante significativa”, diz Chaves.
O professor afirma que as descobertas efetuadas no pré-sal até agora, que alcançam em torno de 40 bilhões de barris, estão incluídas no valor projetado.
O trabalho prevê também aumento do número de campos descobertos por produtores no pré-sal, dos atuais 49 campos para “70 e poucos”.
A metodologia adotada é a mesma desenvolvida na Noruega e utilizada por várias empresas no mundo, como a Statoil.
Ela usa o fator de recuperação, isto é, quanto petróleo e gás se consegue tirar do pré-sal, da ordem de 30%, e não o fator de 40% a 50% usado pela Petrobras, por exemplo, explica Hernani Chaves.
Segundo ele, usando o fator de recuperação de 30%, presume-se que 70% de petróleo ficam depositados na camada do pré-sal.
Chaves acrescenta que, caso se elevasse o fator de recuperação, o valor estimado de 176 bilhões de barris de petróleo e gás no pré-sal aumentaria.
“Mas nós fomos conservadores. Essa é a média mundial. A gente procura ser o mais centrado possível: nem pessimista, nem otimista, apenas o que os dados que nós temos nos contam”.
Segundo o professor, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu o estudo como um trabalho científico, uma estimativa.
Procurada pela Agência Brasil, a ANP disse que não se manifestará sobre os números obtidos no estudo acadêmico dos pesquisadores da Uerj, “que não contou com a participação da agência”.
Até a publicação da matéria, a Petrobras não havia se pronunciado a respeito do estudo do INOG.