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Pré-candidatos de SP são todos "japoneses", diz FHC

Ao analisar pesquisa Datafolha, que apontou equilíbrio entre os pré-candidatos, Fernando Henrique considerou animador que nenhum deles tenha o "comando natural dos votos"

FHC: "O Fernando Haddad está como os outros, é tudo japonês" (Mark Wilson/Getty Images)

FHC: "O Fernando Haddad está como os outros, é tudo japonês" (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2012 às 17h52.

São Paulo - A eleição municipal de 2012 em São Paulo, repleta de postulantes novatos, pode ser positiva para os partidos, avaliou hoje o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso "Acho que isso pode ser bom porque se dá chance de as pessoas surgirem com mais força", afirmou nesta manhã, durante entrevista à rádio Estadão ESPN. Ao analisar pesquisa Datafolha que apontou um certo equilíbrio entre os pré-candidatos tucanos e o petista Fernando Haddad, FHC considerou animador que nenhum deles tenha ainda o "comando natural dos votos". "O Fernando Haddad está como os outros, é tudo japonês", disse o ex-presidente.

A pesquisa Datafolha divulgada ontem apontou que o ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato pelo PT, tem em torno de 3% a 4% das intenções de voto. Entre os pré-candidatos do PSDB, o mais bem posicionado, entre os vários cenários, é o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, que aparece com 6%. O secretário estadual de Energia, José Aníbal, tem 3%, enquanto o deputado federal Ricardo Trípoli e o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, têm 2% cada um. "Ele (Haddad) é tão pouco conhecido quanto os outros. O que ele pode ter mais é o apoio do (ex-) presidente Lula, mas não acho que isso possa ser decisivo", observou.

Apesar de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparecer no levantamento com um grande poder de influência sobre o eleitorado paulistano (48% dos eleitores dizem que poderiam escolher o indicado de Lula), FHC acredita que é mais fácil transferir votos para um sucessor - como ocorreu com a presidente Dilma Rousseff na eleição passada - do que interferir na disputa de um cargo executivo distinto da Presidência da República. "O peso é muito menor", analisou.

Em uma hora de entrevista, Fernando Henrique defendeu que o PSDB escolha um candidato com "capacidade de mobilização" e de diálogo com o eleitor. Para FHC, o candidato tucano também terá de demonstrar poder de atrair alianças mais amplias. "Temos de ver quem tem mais potencial", observou. "Quero qualquer um, desde que ganhe a sociedade", emendou.

Sem o ex-governador José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o ex-presidente acredita que a prévia é o melhor caminho para a construção de uma candidatura tucana em São Paulo. "Já que não tem candidato natural, é melhor fazer por prévia", afirmou.

De acordo com FHC, Serra só seria o candidato do PSDB "com a mão de Deus", uma vez que o ex-governador vem relutando em entrar na disputa. Serra ainda poderia mudar de ideia mesmo após a realização das prévias internas, que devem ocorrer em março de 2012. Mas FHC diz que "Serra é um homem responsável, não vai deixar chegar a esse ponto".

Caso Serra decida lançar-se candidato, o ex-presidente não acredita que a rejeição de 35% do eleitorado paulistano, segundo pesquisa, seja uma problema para o ex-governador tucano. "Todo candidato conhecido tem rejeição alta. A rejeição muda", teorizou.

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