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PPS e PMN fundem-se em congresso-relâmpago

Fusão será uma fuga à restrição que PT, PMDB e DEM pretendem impor aos novos partidos, tirando-lhes o tempo de rádio e TV e o direito ao fundo partidário

Gilberto Carvalho: "O Palácio não está preocupado" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Gilberto Carvalho: "O Palácio não está preocupado" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 14h40.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 16h29.

Brasília - Para fugir à restrição que PT, PMDB e DEM pretendem impor aos novos partidos, tirando-lhes o tempo de rádio e TV e o direito ao fundo partidário, PPS e PMN se fundirão nesta quarta-feira (17) em um congresso conjunto e relâmpago.

A ideia é começar a reunião por volta das 10 horas e terminar ao meio-dia. Em seguida, a ata de fusão dos partidos será registrada num cartório. O novo partido se chamará Mobilização Democrática (MD) e terá o número 33, que era do PMN.

Os dirigentes da nova legenda temiam que a Câmara aprovasse nesta terça-feira a urgência e votasse as regras que criarão dificuldades para os novos partidos, entre eles o Rede, da ex-ministra Marina Silva. E estava tudo fosse mesmo votado.

Mas o plenário da casa foi invadido por centenas de índios por volta das 18 horas. Com medo, boa parte dos deputados escapou por saídas alternativas, impossibilitando qualquer tentativa de fazer a sessão.

"O rolo compressor que o governo do PT quer passar no Congresso Nacional para aprovar o projeto que dificulta a fusão e a criação de novos partidos é de um casuísmo sem tamanho. Um verdadeiro golpe contra a democracia", disse o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), ao sair da reunião dos líderes partidários.

Bueno disse que o governo precisa explicar por que mudou de posição. "Quando da criação do PSD, que levou tempo de TV e fundo partidário dos deputados que tirou dos outros partidos, o governo deu todo o apoio.

O próprio Lula trabalhou a favor. Agora, que temos a Marina Silva construindo seu partido, o PPS se unindo ao PMN, reforçando a oposição, querem barrar. Isso é antidemocrático, é puro golpe", afirmou Bueno.

Marina, que pediu ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que o projeto não fosse votado, deixou o gabinete da presidência da Casa decepcionada. "Ele disse que o projeto será votado e que foi apresentado por um companheiro do PMDB", disse Marina, ao falar do encontro com o presidente da Câmara.

A ex-ministra atacou o projeto. "Lutamos a vida inteira por democracia. Esse projeto é antidemocrático, tira o direito de que outros expressem duas ideias. É o tiro de misericórdia nesse setor da sociedade que se propõe a fazer uma política diferente. Revive o obscurantismo, o casuísmo, a violência dos mais fortes contra os mais fracos", disse Marina.

Já o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, provável candidato à Presidência da República em 2014, disse que o PSB se posicionará, claramente, contra a inibição a novos partidos.

"Foi dada a possibilidade para novos partidos e surgiu o PSD. E agora, se querem limitar o nascimento de outros, tirando o direito a tempo de televisão e ao fundo partidário, está errado. Que o façam para a próxima legislatura. Mas agora seria um casuísmo, uma agressão.

Há partidos surgindo e tentando coletar o numero de assinaturas, já com parlamentares que desejam efetivamente tomar essa direção em torno da liderança, por exemplo, da senadora Marina Silva, que tem expressão no pensamento brasileiro e no pensamento global. Não vejo porque não deixar que se organize, pra que se faça o debate sobre o futuro do País."

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse que o Palácio do Planalto não está preocupado com a criação de novos partidos. "É um movimento natural, assim como surgiu PSD, é normal que haja esses movimentos. (PPS e PMN) .

São dois partidos que não estão na base governista, não cabe nenhum comentário valorativo dessa questão", disse ele, após participar de seminário no Palácio do Planalto.

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