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PP manobra para adiar decisão sobre aliança com PT

A manobra, no entanto, deverá ser questionada pelos dois principais diretórios rebeldes: Minas Gerais e Rio Grande do Sul


	Dilma Rousseff: tendência atual é pela confirmação do apoio à reeleição de Dilma
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: tendência atual é pela confirmação do apoio à reeleição de Dilma (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 15h37.

Brasília - Para garantir a aliança com a presidente Dilma Rousseff sem explicitar o racha na legenda, a cúpula do Partido Progressista (PP) trabalha na véspera da convenção prevista para esta quarta-feira, 25 com objetivo de levar a decisão sobre o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff somente à executiva nacional.

A manobra, no entanto, deverá ser questionada pelos dois principais diretórios rebeldes: Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O governador mineiro, Alberto Pinto Coelho (PP), informou que apresentará, junto com a senadora Ana Amélia (PP-RS), uma moção para seja inserida na cédula de votação nesta quarta a neutralidade do partido na disputa presidencial.

Dessa forma, o tempo de rádio e TV seria dividido entre todos os candidatos, assim como foi feito na eleição de 2010.

A restrição da decisão à executiva nacional, composta por cerca de 90 integrantes, é capitaneada pelo presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI).

Ao retirar a questão da votação ampla, com delegados de todos os Estados na convenção, a ideia é evitar que a ala rebelde consiga um placar que cause constrangimento à aliança nacional com o PT.

Desde a manhã desta terça-feira, 24, Nogueira tem se reunido com integrantes do partido.

Nos encontros, segundo interlocutores, tem dito que "não quer cometer o mesmo erro de outros partidos", numa referência à convenção nacional do PMDB, realizada no último dia 10 e em que 41% dos votos foram a favor do rompimento com a presidente Dilma na disputa eleitoral deste ano.

Apesar de o PP comandar o Ministério das Cidades, há três teses que circulam dentro do partido: chancelar o acordo com os petistas já na convenção, declarar a neutralidade ou transferir a palavra final para a executiva.

"Em tese, vai ter a delegação para a executiva do partido, que já foi ouvida na sua maioria. Todos os parlamentares de todas as correntes estão ali representados", afirmou Ricardo Barros, integrante da executiva nacional do PP.

Além de Alberto Pinto Coelho e Ana Amélia, lidera o grupo dissidente o senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Os três estão fechados com o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves.

Além dos três, os diretórios regionais de Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro estão alinhados com candidatos de oposição, segundo Coelho.

A expectativa desse grupo é empurrar o partido para a neutralidade ou impor uma votação apertada na convenção para escancarar a divisão interna e ao menos marcar posição.

"Existe uma realidade partidária que mostra que o partido não caminha de maneira uníssona. Levaremos uma proposta concreta, alinhada com o Rio Grande do Sul, e contando com o apoio de outros Estados para encaminhar essa neutralidade e manter a unidade partidária", disse o governador de Minas.

O principal argumento dos rebeldes é que apenas a neutralidade asseguraria a unidade partidária.

Apesar de a tendência atual ser pela confirmação do apoio à reeleição de Dilma, o PP já aprovou a liberação dos diretórios estaduais, que podem costurar suas coligações locais de acordo com seus interesses.

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