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Posturas políticas de esportistas provocam reações de clubes e entidades

Manifestações políticas ocorreram em partidas da última rodada do Campeonato Brasileiro e entre jogadores da seleção masculina de vôlei

Clubes e entidades esportivas estão se posicionando sobre manifestações polícias de jogadores (Stock.xchng/Reprodução)

Clubes e entidades esportivas estão se posicionando sobre manifestações polícias de jogadores (Stock.xchng/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2018 às 09h18.

Última atualização em 18 de setembro de 2018 às 09h19.

São Paulo - Manifestações políticas em partidas da última rodada do Campeonato Brasileiro e entre jogadores da seleção masculina de vôlei fizeram com que clubes e entidades se posicionassem sobre o tema.

Foi o caso do Palmeiras, que emitiu nota oficial nesta segunda-feira, 17, depois de o volante Felipe Melo ter dedicado, durante entrevista, o gol marcado no empate por 1 a 1 com o Bahia, no domingo, em Salvador, ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).

"O posicionamento político do atleta Felipe Melo reflete, única e exclusivamente, uma manifestação particular, e não da instituição", afirma a nota. O clube fez questão de destacar a sua neutralidade. "O Palmeiras respeita qualquer posição política de seus atletas, empregados e colaboradores e ratifica a sua neutralidade nas questões políticas, partidárias, de crenças, religiões e quaisquer outras formas de manifestações pessoais."

Em outras oportunidades, Felipe Melo já tinha demonstrado apoio a Bolsonaro. Depois que o deputado foi esfaqueado em ato de campanha em Juiz de Fora (MG), por exemplo, o jogador publicou mensagem nas redes sociais de apoio ao candidato.

Já o Atlético-MG corre risco de ser punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa do comportamento da sua torcida no jogo com o Cruzeiro, no domingo, em Belo Horizonte. Torcedores provocaram os rivais gritando: "Cruzeirense, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar veado".

A Procuradoria do STJD entende que o clube deve ser responsabilizado pelo ato e anunciou ontem que o Atlético-MG deve ser denunciado por descumprimento do Estatuto do Torcedor. "No atual momento do Brasil precisamos reprimir esse tipo de atitude. A Fifa está brigando contra essa conduta dos torcedores. Os fatos serão analisadas e muito provavelmente será deflagrado uma denúncia, mas temos de analisar com cautela para fazermos uma denúncia técnica e alcançarmos o caráter pedagógico", disse o procurador-geral Felipe Bevilacqua.

Na noite de domingo, após o cântico homofóbico ganhar repercussão nas redes sociais, o clube criticou a postura dos torcedores. "O CAM (Clube Atlético Mineiro) lamenta profundamente as manifestações homofóbicas de parte dos torcedores, no jogo deste domingo, no Mineirão. Reiteramos nosso repúdio a quaisquer gestos de preconceito ou de incitação à violência. A maior torcida de Minas é composta por pessoas de todas as classes sociais, raças e gêneros, não cabendo qualquer tipo de discriminação."

Vôlei

Suposta manifestação de apoio a Bolsonaro de dois jogadores da seleção masculina, após vitória sobre a França, na sexta-feira, durante o Mundial, fez com que a Confederação Brasileira de Vôlei proibisse expressões políticas na equipe. Só estão liberadas manifestações nas contas particulares dos atletas nas redes sociais.

Durante comemoração da vitória, os jogadores Wallace e Maurício Souza posaram para fotos e formaram o número do presidenciável com as mãos. Souza fez um sinal de 1 e Wallace fez o 7. O número de Bolsonaro é 17.

"A CBV repudia qualquer tipo de manifestação discriminatória, seja em qualquer esfera, e também não compactua com manifestação política. Porém, a entidade acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários da casa", diz a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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