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Possível ida de Dilma em casamento gera manifestações no RS

A hipótese motivou manifestações contrárias ao governo e a favor do impeachment


	Dilma Rousseff: a hipótese motivou manifestações contrárias ao governo e a favor do impeachment
 (Evaristo Sá / AFP)

Dilma Rousseff: a hipótese motivou manifestações contrárias ao governo e a favor do impeachment (Evaristo Sá / AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2016 às 12h36.

Porto Alegre - A festa de casamento do ex-assessor especial da Presidência da República Anderson Dorneles foi marcada por protestos nas imediações do evento, que ocorreu no fim da tarde deste sábado (26) na região do Vale dos Vinhedos, na cidade gaúcha de Bento Gonçalves.

Como a presidente Dilma Rousseff passa o feriado prolongado de Páscoa em Porto Alegre - a 130 quilômetros da Serra -, existia a expectativa de que ela pudesse comparecer à celebração, já que é muito próxima de Dorneles. Esta hipótese motivou manifestações contrárias ao governo e a favor do impeachment em frente ao local da cerimônia. Na manhã deste domingo, o Palácio do Planalto informou que a presidente não foi ao casamento e ficou na capital gaúcha com a família.

O Hotel & Spa do Vinho, onde foi realizada a festa, chegou a emitir uma nota oficial sobre o assunto no início do sábado. O texto dizia que, dada a possibilidade de haver protestos, estava providenciando a segurança necessária para que o casamento transcorresse com normalidade.

"Compreendemos e nos solidarizamos com seu manifesto. Defendemos a liberdade de expressão e a voz das ruas. No entanto, somos prestadores de serviços e temos um contrato a cumprir. Iremos cumpri-lo cientes de nossas obrigações profissionais", afirmava a nota.

Os protestos começaram na tarde de sábado, por volta das 16 horas, quando um grupo de pessoas se reuniu na rodovia que dá acesso ao hotel. Eles levavam uma faixa com a palavra "impeachment", batiam panelas e entoavam gritos de "fora Dilma". O ato teve continuidade nas horas seguintes, mesmo sem a confirmação da presença de Dilma na cerimônia. Outras pessoas se juntaram ao grupo e, à noite, houve uma sessão de queima de fogos acompanhada de "apitaço" e "buzinaço". Conforme testemunhas, os atos foram organizados por turistas que estavam da região e por participantes do grupo Vem pra Rua de Bento Gonçalves.

A gerente de Relacionamento do Hotel & Spa do Vinho, Taís Longhi Misturini, disse que os protestos ocorreram de forma pacífica e respeitosa. Segundo ela, apesar do barulho o evento não foi interrompido em nenhum momento. "Acho que ambos os lados conseguiram atingir seu objetivo: a festa transcorreu sem problemas, assim como as manifestações", avaliou.

O hotel tem um spa e um restaurante próprios, que normalmente são abertos a não hóspedes. Neste sábado, no entanto, as instalações ficaram fechadas ao público externo. Além disso, a segurança particular do estabelecimento foi reforçada e a Polícia Rodoviária Estadual aumentou o policiamento na estrada que dá acesso ao local. De acordo com Taís, o casamento lotou o hotel e por isso o espaço foi fechado a visitantes. Neste domingo, segundo ela, as portas estão novamente abertas.

Exoneração. Anderson Dorneles foi exonerado do cargo de assessor especial da Presidência no início de fevereiro. Ele tem 36 anos e começou a trabalhar com Dilma aos 13, quando foi seu office-boy na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. De Porto Alegre, mudou-se para Brasília para auxiliá-la no Ministério de Minas e Energia, na Casa Civil e, depois, na Presidência da República. No total, Dorneles ficou mais de 20 anos ao lado de Dilma. Era considerado seu braço direito e sempre foi tratado como um filho pela presidente.

Oficialmente, a explicação para a saída de Dorneles do governo é de que, como ia se casar, ele queria voltar a morar em Porto Alegre. A exoneração, contudo, coincidiu com o fato de a Operação Lava Jato ter encontrado e-mails que indicariam que ele poderia ser um interlocutor do empresário Marcelo Odebrecht na Presidência.

A presidente chegou a Porto Alegre na quinta-feira à noite. Na manhã deste domingo, ela acordou cedo para pedalar pela zona sul da cidade, onde tem apartamento. Dilma foi vista por volta das 6h30, acompanhada de seguranças. Na sexta-feira, ela já havia andado de bicicleta na capital gaúcha, mantendo sua rotina de exercícios.

Dilma deve voltar neste domingo a Brasília, após passar o feriadão de Páscoa com a família. Hoje também é aniversário da filha da presidente, Paula Araújo, mãe de seus dois netos - Gabriel, de 5 anos, e Guilherme, que nasceu em janeiro de 2016. O Palácio do Planalto não soube informar que horas a presidente embarca para a capital. Consta na sua agenda de segunda-feira uma reunião com o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, às 10 horas.

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