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Portugal amplia relações com Brasil, diz premiê português

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse que a relação com o Brasil começa a se restabelecer depois de "mais de três anos" de pausa

António Costa e Michel Temer: primeiro-ministro defendeu que os líderes dos dois países se concentrem em ações que podem promover nos próximos anos (Adriano Machado/Reuters)

António Costa e Michel Temer: primeiro-ministro defendeu que os líderes dos dois países se concentrem em ações que podem promover nos próximos anos (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 1 de novembro de 2016 às 20h35.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse que a relação com o Brasil começa a se restabelecer depois de "mais de três anos" de pausa.

Após reunião de trabalho com o presidente Michel Temer, Costa comemorou que o patamar das agendas bilaterais deixou de ser apenas comercial para se desenvolver também nos campos científico e tecnológico.

António Costa defendeu que os líderes dos dois países, para além da história que já possuem, se concentrem em ações que podem promover nos próximos anos.

"Queria começar por agradecer ao presidente Michel Temer, ter feito questão, de logo no início deste seu mandato, restabelecer as reuniões bilaterais entre Portugal e o Brasil, que não tinha lugar há mais de três anos", disse o primeiro-ministro.

Costa e Temer participaram ontem e hoje da cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que teve a presença do futuro secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres.

Nesta tarde, António Costa subiu a rampa do Palácio do Planalto e foi recebido por Temer para a 12ª Cimeira Brasil-Portugal. A última cúpula bilateral havia ocorrido em junho de 2013, quando a ex-presidenta Dilma Rousseff se encontrou com o então primeiro-ministro Pedro Passos em Lisboa.

Após a assinatura de quatro acordos entre os países, Temer sugeriu que Portugal atuasse como "porta-voz" nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia para que os dois blocos finalmente cheguem a um acordo de trocas comerciais.

Segundo o presidente brasileiro, "há um bom período que Mercosul e União Europeia tentam formalizar" o acordo, que em sua opinião deveria ser fechado "o mais rapidamente possível".

Em resposta, o primeiro-ministro de Portugal prometeu ser "advogado" brasileiro nas negociações. "O que posso testemunhar é que o Brasil contará sempre com Portugal, não diria como porta-voz, mas, pelo menos, como advogado, nestas negociações entre Europa e o Mercosul, porque é uma área onde os interesses do Brasil e de Portugal coincidem.

Quanto mais estreita for a relação entre Europa e Mercosul, mais estreita será relação entre Portugal e o Brasil", disse.

Além de memorandos e declarações conjuntas nas áreas de investigação científica e colaborações na região antártica, os líderes dos dois países concordaram em criar um prêmio de literatura infantil e juvenil de língua portuguesa.

Em declaração à imprensa após a reunião de trabalho, Temer falou de projetos de cooperação "importantíssimos" já existentes entre os dois países, como a produção de aviões da Embraer, parte em Portugal e parte no Brasil. "Temos esperança de que Portugal logo encomende uma fornada de aviões da Embraer", brincou.

O primeiro-ministro português disse ser "muito importante" o acordo assinado no qual o Brasil concorda em participar do Centro Internacional de Investigação dos Açores, que, segundo ele, representará uma "grande plataforma de inovação oceanográfica e de tecnologia".

António Costa convidou o governo brasileiro e de outros países a participarem da assinatura do convênio em abril de 2017. "Há muito a trabalhar em conjunto na área de tecnologia, de renováveis, de mobilidade elétrica e de infraestrutura", disse o português.

António Costa tem agendas em Brasília até hoje (1º). À noite, Temer oferece um jantar em homenagem ao primeiro-ministro no Palácio da Alvorada.

Pela manhã, Temer e os demais chefes de Estado e de Governo dos nove países-membros da CPLP concordaram em apoiar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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