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Porto Itaqui, em São Luís, começa a ser ampliado

Atualmente, as exportações de grãos se concentram em portos do sul e do sudeste, por onde passam 85% da carga enviada ao mercado internacional


	Porto de Itaqui, no Maranhão: apesar da crise na Europa, as exportações à Espanha por Itaqui cresceram 27,62% em relação ao mesmo período de 2011
 (Divulgação/Divulgação)

Porto de Itaqui, no Maranhão: apesar da crise na Europa, as exportações à Espanha por Itaqui cresceram 27,62% em relação ao mesmo período de 2011 (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 17h09.

São Luís - O governo do Maranhão, em parceria com empresas privadas, iniciou anteontem, quarta-feira, a construção de um novo terminal portuário em São Luís, e o estado espera se tornar a principal porta para exportações de grãos no norte.

A construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) foi iniciada no porto de Itaqui e, quando estiver pronto, no final de 2013, o porto será um dos três principais do país para exportação de grãos como soja, milho e arroz, segundo a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Atualmente, as exportações de grãos se concentram em portos do sul e do sudeste, por onde passam 85% da carga enviada ao mercado internacional.

A intenção do governo estadual, associado ao capital privado, é ainda mais ambiciosa: transformar Itaqui no principal porto de grãos das regiões norte e nordeste do Brasil.

O porto atualmente tem capacidade para embarcar 2 milhões de toneladas de grãos anuais, volume que deve ser quintuplicado com a construção do novo terminal.

No total, serão quatro silos com capacidade para armazenar 125 mil toneladas de grãos cada um, o que permitirá exportar até 10 milhões de toneladas por ano.

Toda a estrutura necessária para armazenar especialmente soja será construída por quatro empresas associadas ao consórcio Tegram, como NovaAgri, Glencore, CGG e Consórcio Crescimento e, juntas, vão investir R$ 500 milhões no terminal.

"O Tegram será um importante canal indutor do crescimento agrícola do país. São milhões de hectares abertos e aptos para a agricultura não utilizados pela falta de alternativa logística", declarou à imprensa Marcos Menoita, presidente do consórcio que vai administrar o terminal, durante uma visita ao porto.


Para o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati, o projeto vai descongestionar a tradicional rota de exportação concentrada nos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), e São Francisco do Sul (SC).

O novo terminal ainda reduzirá em até 18% os custos de transporte de cargas que saem do norte, do nordeste e do centro-oeste do país, segundo a administração da terminal.

As exportações de Itaqui devem chegar neste ano a 15 milhões de toneladas mas, com as obras, espera-se que se multipliquem por dez até chegar aos 150 milhões de toneladas anuais em 2031.

Entre janeiro e setembro de 2012, os principais destinos dos produtos exportados pelo porto foram China, Estados Unidos e Espanha.

Apesar da crise na Europa, as exportações à Espanha por Itaqui cresceram 27,62% em relação ao mesmo período de 2011, segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil.

Dados de 2010 da Secretária de Comércio Exterior do Brasil indicam que 40,4% da soja exportada por Itaqui foram para a Espanha, seguida pela China (18,8%) e Holanda (9,6%).

Embora dois dos principais importadores sejam da Europa, Menoita assegura não estar preocupado com a crise econômica no continente.

"Estamos investindo aqui R$ 500 milhões. Nossa visão é de longo prazo. Acreditamos que os movimentos pelos quais o mundo passa sejam pontuais", analisou o presidente do consórcio.

O presidente da Emap é mais cauteloso ao explicar que o plano elaborado para o crescimento do porto levou em conta as demandas da economia brasileira sem esquecer o mercado internacional.

"Claro que uma crise mais séria em países de outros continentes pode afetar nosso crescimento no futuro. A probabilidade hoje é mínima, mas é possível", analisou. 

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