O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido (Fábio Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2010 às 17h53.
Brasília – A participação de estrangeiros na dívida interna brasileira voltou a bater recorde em setembro. Segundo números divulgados hoje (21) pelo Tesouro Nacional, a fatia da dívida pública interna nas mãos de investidores externos atingiu 10,23% no mês passado, contra 10,06% em agosto. Em valores nominais, a participação passou de R$ 150,6 bilhões para R$ 154,1 bilhões.
Os números ainda não captam os efeitos da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicadores estrangeiros, promovida no início da semana e também no início de outubro. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido disse que, apesar do aumento da alíquota, a tendência é que o percentual da participação de investidores estrangeiros na dívida interna continue a subir.
De acordo com Garrido, o IOF maior atinge apenas os investidores de curto prazo. Como os estrangeiros que aplicam em títulos públicos no Brasil investem, principalmente, em papéis prefixados de longo prazo, ele afirmou que não deve haver mudança significativa na participação dos aplicadores externos.
“Como o IOF afeta os investidores de curto prazo, a tendência é a continuidade da elevação gradual de estrangeiros na dívida interna que preferem títulos de longo prazo prefíxados e vinculados à inflação”, explicou Garrido.
Para o coordenador, ainda é cedo para avaliar os impactos da taxação do IOF sobre as aplicações estrangeiras em renda fixa. Ele, no entanto, afirmou que os leilões realizados para oferta de títulos não resultaram em alterações relevantes nas taxas de juros. “Depois da elevação das alíquotas, os juros caíram um pouco e voltaram a subir, o que pode ser considerado uma movimentação normal de mercado”, avaliou.
Ele citou as taxas da NTN-F (tipo de título prefixado) com vencimento em janeiro de 2021. Em 30 de setembro, o Tesouro vendeu os papéis com juros de 11,89%. No leilão de 14 de outubro, a taxa caiu para 11,60%. Hoje, os títulos estão sendo trocados no mercado a 11,95%. “Esse processo também ocorreu com outros papéis”, acrescentou.