Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, presidente da Argentina: eles levam a melhor em todos os indicadores considerados pela ONU para medir desenvolvimento humano (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2013 às 15h01.
São Paulo – Eles têm medalha olímpica no futebol, um Oscar e, desde ontem, um papa. Como se isso não bastasse, os vizinhos latino-americanos ainda estão na frente do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, divulgado hoje pela agência.
Com um IDH de 0.811, os argentinos ficam em 45º lugar no ranking de 186 países. O Brasil aparece quarenta posições atrás, em 85º lugar e IDH de 0.730.
EXAME.com separou os principais critérios do relatório da ONU para detectar quais deles fazem o país ficar devendo em relação à Argentina. Uma dica: quase todos.
1) Eles vivem mais tempo
Enquanto a expectativa de vida do brasileiro chega a 73,8, os argentinos vivem quase três anos a mais, já que a média deles é de 76,1 anos.
2) Eles estudam mais
O brasileiro passa em média 7,2 anos em salas de aula. Já uma criança brasileira dando início à sua vida escolar hoje deve estudar por 14,2 anos. Para os argentinos, esses números são 9,3 e 16,1, respectivamente.
3) Eles ganham mais
No Brasil, a renda per capita é de 10.152 dólares. Os argentinos ganham em média 51% a mais: 15.347 dólares.
4) Eles sofrem menos com desigualdade
Os dois países perdem pontos quando se leva em conta a desigualdade social. Mas o Brasil perde mais. Na Argentina, o IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD) é de 0.653, contra 0.531 dos brasileiros. Eles perdem 19,5% na nova pontuação; nós, 27,2%. Por conta da desigualdade, os argentinos acabam caindo oito posições no ranking. Já os brasileiros, doze posições.
5) Eles têm menos desigualdade de gênero
Nesse quesito - que serve como índice complementar e não é considerado pela ONU para medir o IDH - o Brasil até leva a melhor em um ou outro critério, mas não o suficiente pra ficar à frente dos argentinos no ranking de desigualdade de gênero. Eles estão em 71º lugar; nós, em 85º. O número de mortes maternas por 100 mil partos na Argentina é 77. Aqui esse número é menor: 56. Por outro lado, as adolescentes (15 a 19 anos) brasileiras têm mais filhos: 76 por mil mulheres, contra 54,2 por mil. Na política, a representação feminina é muito maior, com 37,7% dos assentos parlamentares ocupados por mulheres, contra apenas 9,6% em Brasília.
Quando se trata de educação, eles também levam a melhor: 57% das mulheres e 54,9% dos homens têm ensino médio completo. No Brasil, só 50,5% das mulheres e 48,5% dos homens podem dizer o mesmo.