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Os motivos que fazem do Brasil o laboratório ideal para vacina de covid-19

País pode fabricar e até exportar imunizantes contra o novo coronavírus, segundo o jornal norte-americano The New York Times

Unidade de diagnóstico da covid-19 da Fiocruz (Itamar Crispim/Fiocruz/Divulgação)

Unidade de diagnóstico da covid-19 da Fiocruz (Itamar Crispim/Fiocruz/Divulgação)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 15 de agosto de 2020 às 18h52.

Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 12h54.

A caótica resposta à pandemia do novo coronavírus tem feito do Brasil o laboratório perfeito para o teste da vacina para a infecção covid-19, na avaliação do jornal americano The New York Times.

Em reportagem publicada em seu site na tarde deste sábado, 15, o periódico listou ao menos quatro razões pelas quais o país oferece as condições ideais para o desenvolvimento de um imunizante contra a doença, que já infectou 3.275.520 brasileiros e matou 106.523: contágio generalizado e sustentado, grande número de especialistas em vacinas, robusta estrutura industrial farmacêutica e milhares de voluntários para os testes. Abrigando três dos mais promissores e avançados estudos para a vacina, o Brasil está se posicionando como uma peça crucial na batalha global contra a pandemia, de acordo com o jornal.

O periclitante governo Jair Bolsonaro espera que os brasileiros estejam entre os primeiros a serem imunizados. Para a comunidade científica internacional, o Brasil pode até fabricar a vacina e exportar para países vizinhos, segundo o The New York Times.

"Nossa intenção é participar de um movimento de solidariedade", afirmou Maurício Zuma, diretor da Bio-Manguinhos, a unidade de produção de imunizantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. "Se conseguirmos produzir a vacina aqui e tivermos um superávit, vamos obviamente assegurar que seja usada em outros países da América Latina."

Cerca de 5.000 brasileiros se ofereceram como voluntários para os testes da vacina desenvolvida pelo laboratório britânico-sueco AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, enquanto outros 1.000 estão participando dos estudos de um imunizante da norte-americana Pfizer, nota o jornal. Os pesquisadores precisam testar a vacina em localidades com surtos grandes o suficiente para ter certeza de que funcionam. O Brasil tem capacidade para produzir 500 milhões de doses de vacina por ano, segundo o periódico.

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