Brasil

Por mudanças no Fies, empresas investem em cursos para Enem

As novas regras para o fundo mudaram o cenário para empresas de ensino, o que tem levado algumas delas a adotar novas estratégias para captação de alunos


	Alunos participam de aula especial para o Enem: instituições optaram por oferecer cursos preparatórios para o Enem
 (Divulgação/ Facebook Colégio Equipe)

Alunos participam de aula especial para o Enem: instituições optaram por oferecer cursos preparatórios para o Enem (Divulgação/ Facebook Colégio Equipe)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2015 às 20h21.

Rio de Janeiro - As novas regras para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) mudaram o cenário para as empresas de ensino superior privado, o que tem levado algumas das companhias a adotar novas estratégias para a captação de alunos elegíveis ao programa em 2016 para além de campanhas de marketing e alternativas de financiamento.

No fim do ano passado, o Ministério da Educação estabeleceu que aqueles que desejarem aderir ao programa de financiamento do ensino superior devem ter nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), e não podem ter nota zero na redação.

Por conta desta restrição, a Estácio e a Ser Educacional optaram por oferecer cursos preparatórios para o Enem, apesar de não acreditarem na redução na base de alunos por conta das mudanças.

A Ser Educacional oferecerá atividades de orientação para realização do Enem a partir do segundo semestre, disse à Reuters Jânyo Diniz, diretor-presidente da companhia que tem atuação principal nas regiões Norte e Nordeste.

"Teremos um trabalho mais específico da equipe pedagógica na preparação de alunos, sobre como o aluno deve se preparar para o Enem, em alguns casos vamos oferecer cursos preparatórios", disse o diretor-presidente, sem especificar as regiões ou o número de estudantes que participarão da iniciativa.

As orientações incluem o tempo que deve ser gasto em cada questão da prova, a melhor forma de realizá-la, o que, segundo Diniz, "muda o nível de acertos".

Já a Estácio colocou em prática há algumas semanas o chamado projeto Educar, com aulas quinzenais de redação para alunos do ensino médio, sob tutela de professores da instituição.

O programa compreende dicas sobre como não zerar a redação, não fugir do tema proposto e sobre os critérios de avaliação da prova, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

A Estácio disse que não comentaria o assunto por se tratar de um projeto piloto.

Até o momento, Kroton e Anima estão realizando apenas ações mais tradicionais para captação de alunos, como propaganda, participação em feiras de profissões e visitas aos colégios.

RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Além nas mudanças nas regras de adesão ao Fies, os recursos do programa foram limitados no primeiro semestre, período mais importante para a captação de alunos pelas entidades de ensino superior, por conta das restrições orçamentárias do governo.

As adesões ao programa totalizaram 252,4 mil e 178 mil estudantes não conseguiram ter seus pedidos atendidos no primeiro semestre, de acordo com o MEC.

Em 2014, os novos contratos somaram 732,2 mil.

"Todas as instituições estão buscando alternativas de financiamento. Estamos negociando com alguns bancos algumas alternativas para os alunos", acrescentou Diniz, da Ser Educacional.

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, anunciou que uma segunda edição do Fies será oferecida para o segundo semestre, mesmo diante do ajuste das contas públicas, com prioridade para formação de professores e cursos das áreas de saúde e engenharia.

Ele, contudo, não forneceu detalhes sobre o próximo ano, se haverá novas regras ou restrições.

Acompanhe tudo sobre:Educação no BrasilEnemEnsino superiorFiesMEC – Ministério da Educação

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP