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Por inspeção veicular, PV ameaça deixar gestão de Haddad

O partido argumenta que a inspeção veicular “salva vidas” e que seu modelo de testes anuais não pode ser alterado, como quer Haddad

O PV, que foi indicado para comandar a pasta do Verde e Meio Ambiente, não concorda com a mudança no atual modelo de inspeção veicular anual (Abr)

O PV, que foi indicado para comandar a pasta do Verde e Meio Ambiente, não concorda com a mudança no atual modelo de inspeção veicular anual (Abr)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2012 às 06h59.

São Paulo - A um dia de tomar posse, o prefeito eleito por São Paulo, Fernando Haddad (PT), pode perder seu segundo secretário indicado para a Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

O PV, partido que vai comandar a pasta com o vereador Ricardo Teixeira defende a manutenção do modelo atual da inspeção veicular anual. Nesta segunda-feira, a sigla faz uma reunião de emergência, às 10 horas, para decidir se vai deixar o governo antes mesmo de seu início.

O PV argumenta que a inspeção veicular “salva vidas” e que seu modelo de testes anuais não pode ser alterado, como quer Haddad. Na sexta-feira (28) o futuro secretário de Governo, Antonio Donato, anunciou que a vistoria terá de ser feita a cada dois anos, a partir do ano que vem. O programa só será obrigatório para veículos com cinco anos ou mais de fabricação. A proposta com as mudanças vai chegar ao Legislativo no dia 1º de fevereiro.

“Eu comparo a inspeção veicular ao cinto de segurança. Ela salva vidas. Sou totalmente favorável. Vamos agora conversar com o partido. A inspeção deu certo no mundo inteiro, por que só no Brasil não vai dar?”, disse no domingo (30) Teixeira, o futuro secretário que vai ter de assinar o projeto de lei de Haddad que acaba, a partir de 2013, com a obrigatoriedade anual da inspeção.

Teixeira, que até 2011 era filiado ao PSDB, foi o segundo nome do PV indicado por Haddad para a Secretaria do Verde, responsável pelo programa de inspeção veicular.

Antes, o vereador Roberto Tripoli (PV) já havia declinado do cargo duas semanas após ser confirmado pelo prefeito eleito. Tripoli também apontou seu posicionamento pró-inspeção como um dos motivos da saída. Agora, o novo indicado não descarta que esse seja o seu mesmo destino.


“Não sou dono do partido, quem vai decidir isso é o PV. Mas, olha, eu acho que não (renunciar antes de assumir). Quero acreditar que não. Temos antes de conversar e saber como vai ser o futuro modelo, se anual, se a cada dois anos. Preciso ver os dados (do projeto que está sendo preparado) e refletir”, disse Teixeira.

A reunião desta segunda-feira no PV será com três dos quatro vereadores do partido - Roberto Tripoli está viajando, mas adiantou ser contrário às mudanças propostas por Haddad. O vereador Gilberto Natalini (PV) disse que vai acionar advogados e “fazer o que for possível juridicamente” para barrar o projeto de Haddad.

“Isso que o Haddad quer fazer é um retrocesso e coloca a população em risco. É um rompimento de contrato com a Controlar totalmente ilegal”, disse o vereador, que defende a ruptura imediata do partido com o governo. “Eu, de qualquer jeito, vou ser oposição”, acrescentou.

A reportagem procurou no domingo (30) à noite o presidente do PV paulistano, Carlos Camacho, mas não houve retorno às ligações. Um dos receios do partido, caso seja obrigado a encampar a proposta de Haddad com as mudanças na inspeção veicular, é o desgaste com ambientalistas, favoráveis ao programa, segundo apurou a reportagem.

Donato disse ao jornal O Estado de S. Paulo que não sabia da reunião do PV e que não poderia comentar a possibilidade de mais um secretário indicado pelo PV deixar o cargo antes de assumi-lo. 

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