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Popularidade de Lula se mantém estável com 51% de reprovação e 46% de aprovação, diz Genial/Quaest

Após dois meses de recuperação, com queda na avaliação negativa e alta na positiva, a percepção sobre o governo Lula estacionou

Lula: queda dos preços dos alimentos teve efeito limitado na pesquisa deste mês (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Lula: queda dos preços dos alimentos teve efeito limitado na pesquisa deste mês (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 07h00.

Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 10h10.

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manteve estável no menor patamar desde janeiro deste ano, segundo dados da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 17.

O levantamento mostra que 51% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, 46% aprovam e 3% não sabem ou não responderam.

Na comparação com a pesquisa divulgada em agosto, os percentuais de avaliação não tiveram alterações, o que indica estabilidade.

A avaliação geral do governo também mostrou estabilidade: é negativa para 38% (39% em agosto) e positiva para 31% (mesmo resultado do mês anterior).

A estabilidade repete-se em todas as regiões e recortes sociodemográficos – gênero, idade, renda, escolaridade e religião.

Nas duas últimas pesquisas, o petista havia diminuído o nível de desaprovação de seu governo, que estava na máxima, na esteira do tarifaço de 50% do presidente americano Donald Trump aos produtos brasileiros e da queda dos preços dos alimentos.

Para Felipe Nunes, CEO da Quaest, o tema do tarifaço não se esgotou e ainda pode afetar a popularidade de Lula nos próximos meses.

A pesquisa mostra que 73% reprovam as tarifas como retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, oscilação positiva de dois pontos em relação a agosto.

Para 74%, a maior taxação de produtos brasileiros vai prejudicar sua vida, e para 49% Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo nesse embate, contra 27% que dão razão a Bolsonaro e seus aliados.

O que se observa neste levantamento, segundo o cientista político, é um cenário no qual a percepção sobre a inflação dos alimentos parou de melhorar.

A visão sobre o preço dos alimentos e o poder de compra da família permaneceu estável.

Para os próximos 12 meses, a expectativa de melhora no poder de compra ultrapassou em três pontos percentuais a de piora: 40% contra 37%.

No último dado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do Brasil, registrou deflação de 0,11%.

“Embora a maioria continue avaliando negativamente o tarifaço – o que ajuda o presidente Lula no debate –, esse efeito foi neutralizado por outros temas domésticos e não gerou ganho extra nas pesquisas. O efeito do tarifaço no Brasil tem semelhança com o que aconteceu no México, onde a alta das tarifas impulsionou a popularidade da presidente Claudia Sheinbaum, que subiu quatro pontos percentuais e voltou ao mesmo patamar dois meses depois”, afirma Nunes.

Percepção sobre emprego melhora

Na percepção sobre economia, o destaque é o aumento de 34% para 41% dos que consideram que está mais fácil conseguir emprego hoje do que há um ano, enquanto recuou de 55% para 49% os que têm opinião contrária.

Na terça-feira, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil chegou à mínima histórica de 5,6% em julho.

A pesquisa mostra ainda que, para 50%, o atual governo está pior que o esperado (45% em agosto), enquanto 27% dizem que está igual (contra 26%) e 21% melhor (16%).

Para 58%, o Brasil está indo na direção errada, com ligeira oscilação em relação a agosto.

A pesquisa Genial/Quaest realizou 2004 entrevistas presencias entre os dias 12 e 14 de setembro com brasileiros de 16 anos ou mais, em todas as regiões. O nível de confiança do levantamento é de 95% para uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

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