A LAMA DE BRUMADINHO: atitudes tomadas em desastres anteriores deveriam servir de exemplo para as barragens da região (Adriano Machado/Reuters)
Mariana Desidério
Publicado em 27 de janeiro de 2019 às 08h06.
Última atualização em 27 de janeiro de 2019 às 09h12.
A população de Brumadinho (MG) que mora perto da barragem B6 está sendo retirada de suas casas. O motivo é o risco iminente de rompimento da quarta barragem, o que levou engenheiros e técnicos a acionarem a sirene de alerta, às 5h30.
“Essas áreas para onde as pessoas estão sendo levadas são as previstas pelo plano de emergência. O Corpo de Bombeiros continua com suas aeronaves de prontidão, caso seja necessário deslocar equipes para regiões mais distantes ou até promover atividades de resgate e salvamento”, afirma o tenente-coronel Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
As pessoas serão realocadas para uma região que fica 120 metros acima do local de onde pode ocorrer a inundação. “São locais mais altos que ficam dentro da própria comunidade que não serão afetados”, acrescenta.
A barragem B6 contém apenas água e está sendo esvaziada desde às 5h da manhã de sábado. A expectativa era de que o procedimento durasse 37 horas e mitigasse o risco de rompimento. Essa é a quarta barragem a apresentar possibilidade de rompimento. Na sexta-feira, 25, o rompimento de três barragens provocou a morte de 37 pessoas. Outras 296 pessoas continuam desaparecidas, de acordo com as últimas informações disponíveis.
Segundo Celso Júnior, da organização Bombeiros Unidos Sem Fronteira, que chegou nesta madrugada a Brumadinho com 14 pessoas de São Paulo e está ajudando nos resgates, há duas possibilidades caso a quarta barragem se rompa. “A água pode tanto solidificar o material que já escoou, o que dificultaria a busca por corpos, como ela também pode lavar o local e facilitar o resgate”.
Em nota, a Vale disse que continua monitorando a situação juntamente com a Defesa Civil.
Atualizado às 9h02.