Em Brasília, políticos de vários partidos não escondem cautela com possível depoimento de Eike (Dado Galdieri/Bloomberg)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 20h02.
Última atualização em 27 de janeiro de 2017 às 09h40.
Brasília - Engana-se quem pensa que a operação da Polícia Federal contra Eike Batista passou em branco pelos políticos de Brasília. A preocupação é generalizada, já que o empresário sempre teve boa interlocução com vários grupos políticos.
Segundo parlamentares, a apreensão do meio político é que “se for apertado, Eike pode decidir falar tudo o que sabe e delate muita gente”.
O empresário construiu relações com vários personagens do meio político, como o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) enquanto protagonizava uma ascensão meteórica no mercado financeiro no início dos anos 2000.
Vale lembrar que Eike sempre foi próximo ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele fazia parte do grupo de “empresários amigos” do petista.
Em 2016, o empresário fez um depoimento no qual revelou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria lhe pedido, em 2012, R$ 5 milhões para ajudar no pagamento de despesas de campanhas do PT.
À época, Eike afirmou que teria feito doações esporádicas ao PSDB durante as eleições de 2006.
Um novo depoimento do empresário poderia trazer à tona novas informações sobre as relações que ele mantinha com PT, PSDB e também com nomes do PMDB do Rio de Janeiro.