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Políticos procuram entender recado de eleitor na urna

Experientes parlamentares identificam, neste primeiro momento, a existência de um movimento por renovação


	Setores políticos avaliam que há um cansaço do eleitor com práticas políticas antigas
 (Elza Fiúza/ABr)

Setores políticos avaliam que há um cansaço do eleitor com práticas políticas antigas (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 10h15.

Brasília - Concluído o segundo turno, o mundo político começa a avaliar o resultado das urnas para tentar entender o recado que o eleitor procurou enviar nesta eleição. Experientes parlamentares identificam, neste primeiro momento, a existência de um movimento por renovação. A vitória de um iniciante em disputa eleitoral na maior cidade do País seria o principal exemplo a se encaixar nesta avaliação, embora não se possa desprezar o peso do governo e a estratégia montada pelo ex-presidente Lula para eleger Fernando Haddad em São Paulo.

Setores políticos avaliam que há um cansaço do eleitor com práticas políticas antigas. Um nome novo na disputa, seguindo esse mesmo entendimento, dá a impressão para o eleitor de que se trata de uma renovação, o que nem sempre acontece.

"É preciso prestar atenção aos resultados. Há uma mudança de rumo. Nós temos de entender esse movimento", avalia o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele considera que o eleitor estava buscando mais atenção e cuidado com os problemas da cidade do que qualquer outra demanda. "Essa eleição vai mudar a perspectiva de entendimento do cenário eleitoral", afirma Cunha.

Setores do PT consideram que Lula percebeu antecipadamente a necessidade dessa renovação ao construir candidatos novos, estreantes eleitoralmente, porém sem rejeição a seus nomes. A frase memorável do ex-presidente nesta eleição resume bem esse entendimento: "De poste em poste, vamos iluminar o Brasil inteiro". Na linguagem política, poste é o candidato sem experiência e sem expressão própria, alçado à disputa pela força política de seu padrinho.

Outro indicador contribui para identificar o movimento do eleitor. Após o resultado em primeiro turno, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) constatou no estudo de acompanhamento que a entidade faz nas disputas eleitorais que o índice de reeleição de prefeitos foi o mais baixo desde, 2000, quando a legislação permitiu aos gestores o direito de concorrer a mais um mandato.

O resultado surpreendeu dirigentes da própria entidade que acreditavam na reeleição de 66% do total dos candidatos. Nesta eleição, 74,8% dos 3.659 prefeitos com direito a concorrer à reeleição, entraram na disputa. No entanto, dos 2.736 candidatos à reeleição, 1.505, ou 55%, saíram vitoriosos das urnas. O levantamento da CNM mostra ainda que, em 2008, 65,9% dos prefeitos que tentaram o segundo mandato foram reeleitos. Em 2004 e em 2000, esse número foi o mesmo: 58,2%.

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