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Policias federais protestam por reestruturação da carreira

Além da recomposição das perdas inflacionárias, categoria pede previsão legal para atuação da PF em portos, em aeroportos, em controle de químicos e de armas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 18h12.

Brasília - Cerca de 30 policiais federais se reuniram no Aeroporto Internacional de Brasília — Presidente Juscelino Kubitschek em protesto por uma reestruturação da carreira.

Eles aproveitaram o Dia das Bruxas, comemorado hoje (31), e fizeram o protesto caracterizados, pedindo condições para caçarem os “fantasmas do país”. De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais, 25 estados e o Distrito Federal aderiram ao movimento.

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck, disse que a mobilização quer mostrar para a sociedade o sucateamento da Polícia Federal (PF). Ele ressaltou que devido à falta de estímulo está havendo uma evasão de 250 policiais por ano da carreira da PF. Eles querem ainda uma atualização da legislação da categoria.

Além da recomposição das perdas inflacionárias, que segundo Werneck são de 87% de 2001 a 2014, a categoria pede previsão legal para atuação da PF em portos, em aeroportos, em controle de químicos e de armas. “Nessas áreas os policiais federais não têm cobertura legal para atuação”, ressaltou Werneck.

A categoria diz que está em diálogo com o governo desde a última greve, que começou em agosto do ano passado e durou 70 dias. A oferta do governo ultrapassou os 15% de reajuste. Para Werneck, o mínimo de reajuste para que a carreira fique no mesmo patamar das carreiras que estava em 2001 é 30%.

A categoria também pede melhores condições de trabalho, como oferta de atendimento psicológico para a categoria, e aumento do efetivo. De acordo com Werneck, 30% dos PFs do DF tomam remédios controlados. Em todo o Brasil houve 11 suicídios de policiais federais no Brasil.

Anderson Souza, policial federal há 11 anos, reclama que o acesso ao serviço de psicologia é muito restrito. “O sindicato do DF teve que contratar psicólogos, já que a PF não oferece. Essa é uma profissão de alto risco e falta estrutura para que os policiais possam lidar com os problemas inerentes à profissão”, defendeu Anderson.

“Nós não queremos chegar a uma greve, mas se o governo não se abrir para o diálogo nós temos um planejamento a longo prazo para fazermos mobilizações e uma greve pontual, de uma semana, depois aumenta para duas semanas, se necessário. O nosso planejamento é começar com as mobilizações em janeiro, se necessário”, pontuou Werneck.

No Rio de Janeiro, cerca de 100 policiais federais, se manifestaram em frente à sede da Superintendência Regional da Polícia Federal, no centro da cidade. Os manifestantes aproveitam o Dia das Bruxas para gritar que a "A bruxa está solta na PF" e entregar panfletos para as pessoas explicando a luta da categoria.

Assim como no Rio de Janeiro, no Espírito Santo os policiais suspenderam as investigações por hoje, mas o atendimento à população foi mantido. Em Mato Grosso, apenas a Policia Federal do aeroporto funcionou hoje, cumprindo os 30% em serviço exigido por lei. Em Goiânia os policiais lavaram a calçada da Superintendência Regional da Polícia Federal, como um ato simbólico.

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